POR MARI MONTEIRO
EDUCAR É, ANTES, SENTIR... E TODOS SÃO CAPAZES DISSO.
segunda-feira, 22 de maio de 2017
quinta-feira, 18 de maio de 2017
BRASIL: O PAÍS DA DESESPERANÇA (BRAZIL: THE COUNTRY OF DESPAIR)
POR MARI MONTEIRO
Há muito tempo ouvi um causo mais ou menos assim:
“Deus, passando com um Anjo, que carregava um saco cheio de ‘presentes’ relacionados à natureza e à povoação do mundo, estava fazendo a distribuição entre os locais que seriam os países tal como conhecemos hoje.
No caminho, Ele ordenava:
‘- Aqui deixe bastante gelo. ’
‘- Aqui areia em abundância. ’
‘- Aqui muitas árvores e animais. ’
‘- Aqui muito frio’.
'- Aqui muito calor’.E assim por diante.
Quando chegaram sobre o Brasil, Deus já cansado respirou fundo.
O Anjo lhe perguntou:
‘- E aqui Senhor?’
‘- Aqui pode jogar tudo que tiver restado no saco. ’
‘- Mas, Senhor! É muita diversidade! Isso será o paraíso. Terá de tudo um pouco. Poderá ser o lugar mais rico da Terra. ’
Ao que Deus respondeu:‘- É porque você não sabe o
tipo de gente que colocarei aqui. ’ “
Desde então, sempre pensei que o "tipo de gente" a quem Deus se referiu eram os políticos. E são! Retrucando este causo, sempre encontro quem diga: "Ah! Mas, no Brasil não tem guerra! Aqui estamos no céu!". É um paraíso sim; mas, para os corruptos; é o pais da impunidade. Nós, pobres, honestos e trabalhadores vivemos em meio a uma guerra velada todos os dias pela sobrevivência. Desemprego; violência; descaso com educação e saúde...
Penso que a maioria de nós brasileiros, não acordou bem hoje. Impossível digerir tanta coisa ruim e nefasta. Não podemos sequer nos dar ao luxo de SEPARAR O JOIO DO TRIGO. Só tem joio! Pra onde quer que olhemos, dá nojo!
Quando digo “Brasil: a desesperança”...
Refiro-me ao nosso DESESPERO somado à falta
de esperança. Não estamos conseguindo acompanhar os fatos. Nossa insegurança
beira o caos. Não há ninguém que possa nos trazer uma fala que amenize nossa decepção e nos faça acreditar em dias melhores.
Há menos de 48h tínhamos noticias de que a economia estava
dando mostras de aquecimento. Uma luz no fim do túnel. Mal assimilamos isso,
vem a bomba. E o caos que a sucede. NÃO PODEMOS CONFIAR EM NINGUÉM.
Chegamos a tal ponto de pilantragem que,
mesmo seguindo a Constituição Federal, o
que vemos numa possível eleição indireta é UMA FILA DE SUCESSORES CANALHAS!!! Imaginem Rodrigo
Maia como presidente, mesmo que interino, seria o fim.
Por ora, não me acusem de
pessimismo. Vejo-me como a maioria dos brasileiros: CANSADO; DECEPCIONADO; ENVERGONHADO; PERDIDO e TRISTE. Uma tristeza legítima que precisa se equilibrar com a justa
indignação a fim de nos proporcionar o raciocínio e o discernimento de que necessitamos nesse momento para agir em prol da JUSTIÇA e do BEM COMUM, se é que isso ainda é possível.
Vou para por aqui. Volto daqui uns dias... Quem sabe com um tantinho de esperança pra compartilhar com vocês...
quinta-feira, 11 de maio de 2017
EU E O EX-PRESIDENTE LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA ( ME AND THE PRESIDENT LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA)
POR MARI MONTEIRO
Sabem aquela
história: “eu conheço um cara que conhece um cara?”. Então, pensei muito nisso
ontem ao ver o depoimento de Lula e as
mais diversas reações do povo brasileiro; sobretudo, nas redes sociais. Isso porque, nos anos 90 conheci um casal cujo
cônjuge era metalúrgico na mesma empresa que Lula, aqui no ABC Paulista. Um
dia, conversando sobre direitos trabalhistas, eles me contaram um pouco sobre
as lutas do operário Lula com os seus colegas de trabalho. Acampados do lado de
fora da fábrica, esta minha amiga levava almoço pra eles durantes os dias de paralisação.
Desde então,
desenvolvi certa simpatia pela postura de Lula. Daí por diante, procurei saber
mais e li o livro “Lula, o metalúrgico.” E até frequentei alguns comícios do PT (Partido dos Trabalhadores) aqui no ABC.
Na procura pelo entendimento e por um posicionamento político, me filiei ao PT.
Achava justo. Meu raciocínio era: “sou trabalhadora (pião de firma), então este
é o partido certo pra mim.” Ingenuidade? Um pouco. Em questões de religião e de
política, sempre tenho minhas reservas; pois
sempre houve e SEMPRE HAVERÁ manipulação da fé, em todos os sentidos.
Pois bem, nessas
teias traçadas na nossa vida, que não são por acaso, em 1995, quando estava
cursando minha primeira faculdade, pude
participar de uma palestra proferida por Lula e, depois, cumprimentá-lo
e olhar nos seus olhos. Nessa ocasião, ele já estava na carreira política, se
não me falha a memória, como deputado. Sei que gostei da palestra. Inclusive, havia
muitas pessoas de oposição ao PT que fizeram muitas perguntas, o que foi ótimo.
Uma delas me lembro muito bem. Alguém
questionou o fato de um dos filhos dele estar fora do país. Ao que ele respondeu: “Meu caro, eu duvido que
qualquer um de vocês aqui se tivesse
condições, deixaria de mandar o filho estudar fora! Estando a educação
brasileira abandonada como está!” (sic). Eu, educadora que era e que sou,
refleti um pouco e não tirei o mérito de sua resposta.
Por que
narro esse episódio? Porque estive dos sois lados. Fui petista. Não sou mais.
Por conta da Lava- jato? Não. Já me havia DESENCANTADO com os ideais do partido
(ou melhor, a degeneração deles) há algum tempo. E, se tem uma coisa que não sou
é uma pessoa presa a convicções. Mudo de ideias. Mudo de “lado”... Já ouvi que
isso é falta de personalidade. Poupe-me. Ri muito. Isso é LIBERDADE. Eu me permito gostar de algo hoje e repudiar amanhã. Do contrário, pra que amadurecer
e aprender se estaremos presos a “MOLDES” e a padrões. Erro e volto atrás. Digo
e “desdigo”, gosto de OUVIR e de ser OUVIDA. Tanto que sou capaz de entender
tudo que vi e ouvi ontem, de ambas as partes. Mas, sou totalmente AVESSA a RADICALISMOS;
FANATISMOS e FATALISMOS.
O fato de eu
não ser mais petista, desde a segunda gestão de Lula, não significa que
penso que ele deva ser crucificado por todas as mazelas do Brasil e dos
brasileiros. Também não significa que acredito na sua total inocência. Quero o
que todos querem E MERECEM que se apurem os fatos e que sejam tomadas as medidas
JUSTAS. Isso com Lula; com Dilma. Com Fernando Henrique Cardoso. Com Eike
Batista; com os estupradores; com traficante da boca da minha cidade e com qualquer um que cometa um crime.
Ocorre que,
por mais que eu acompanhe as notícias e tente ser o mais imparcial possível,
não vejo nada de positivo. Não consigo pensar em um único político completamente
honesto. Aí o que faço? Adoeço. Porque deposito todas as minhas expectativas na
justiça brasileira. O que, convenhamos não nos dá muita esperança. E, ainda
nos enxergo muito presos a “pequenezas”. Não estou diminuindo a
IMPORTÂNCIA da Operação Lava Jato e seus
inúmeros desdobramentos. Ao contrário, apoio em todos os sentidos. Desejo que
prossiga e que tudo, exatamente tudo, seja
apurado e que TODOS os envolvidos sejam devidamente punidos.
Contudo, a gente se perdeu
em meio a tantas siglas. É tanto “P”
daqui e “P” de lá que a ESSÊNCIA do “Bem
Maior”, da democracia e do Estado de Direito ficou à margem de tudo. Não passa de um pano de fundo roto e encardido. Enquanto nós, cidadãos, fazemos o
que? Somos corresponsáveis por tudo isso. Somos eleitores. Resta saber que tipo
de eleitores somos. Somos passivos?
Votamos apenas porque é obrigatório? Votamos no candidato mais carismático? Quais
nossos critérios? Particularmente, nos considero péssimos eleitores. E a MAIOR
e MAIS INTELIGENTE FORMA DE PROTESTO POSSÍVEL, EM MINHA OPINIÃO, SERIA o
BOICOTE TOTAL ÀS URNAS NAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES. Porém, tenho ciência d eque isso exigiria de nós níveis de civilidade, de cidadania e de coletividade que ainda não alcançamos, infelizmente.
Gostaria
muito que outro quadro se desenhasse... Assim como se fala nos filmes “Hollywoodianos”:
Nos Estados Unidos é possível realizar o sonho americano, para a maioria de nós,
brasileiros, Lula chegou a representar isso ( para alguns, ainda representa) o sonho brasileiro.
Lula chegar ao Poder. Ser premiado; condecorado; considerado uma das pessoas
mais influentes do mundo em seu primeiro mandato é o que considero equivalente
a acreditar na consolidação de um sonho.
A história
de Luiz Inácio da Silva era pra ser uma bela história de vida; digna de ser
escrita por autores dos níveis de Guimarães Rosa e Graciliano Ramos. Mas, algo
cruzou seu caminho ( assim como cruza de TODOS os outros políticos!): a ganância. Uma
espécie de “doença” que corrói os sentidos e as noções de ética e de moral, já
tão escassas na humanidade. A pergunta é QUEM SOBRA, com moral suficiente para subir em um palanque, apontar culpados e,
mais uma vez, fazer promessas, as quais nós morreremos sem que as tenham
cumprido? Que dirá o meu filho, seus filhos... Meus netos, os
seus netos... Em quem poderão acreditar? Que condições de vida os aguardam?
Enfim,
narrar estes fatos e expor meus ideais,
me coloca na posição de uma cidadã brasileira que se confessa exausta; enfraquecida e sem a menor vontade
de acreditar. E, a menos que ocorra uma
reviravolta muito grande no país, pela primeira vez na vida não sairei de casa
pra votar. NUNCA MAIS VOTAREI EM NINGUÉM.
Desejaria que houvesse algum movimento no país para que o voto deixasse
de ser obrigatório... O que conduziria a uma mudança de conduta dos
candidatos... Mera utopia minha. Mas, é disso que tenho vivido. De utopias.
quarta-feira, 3 de maio de 2017
IRONIA: EU RECOMENDO (IRONY: I RECOMMEND)
POR MARI MONTEIRO
Nunca esqueci
uma frase que ouvi quando criança (não me
pergunte onde e nem de quem): “SÓ QUEM É INTELIGENTE, CONSEGUE SER
IRÔNICO”. E eu era bem criança mesmo, uns nove anos... Desde então, quis saber
o que era ironia, para eu ser irônica, porque queria ser muito inteligente. E
não é que deu certo? Depois que entendi, nunca mais parei de usar.
Mesmo antes de ser Professora de Língua Portuguesa, já era uma das “coisas” que não abria mão de ensinar aos meus alunos, mesmo os de quinto ano. No Ensino Médio então, falar de ironia é a glorificação da linguagem. Os jovens entendem o uso e o bom humor que ela possibilita.
“Ironia possui um
significado retórico, ou seja, é uma figura de linguagem a qual pode
conseguir expressar exatamente o oposto do que se foi dito através de uma
expressão, frase de significação contrária ou o que supostamente teria que ser
expresso e o seu vocábulo.A ironia também
pode ser usada para nomear ou caracterizar alguma coisa, pois a ironia valoriza
certos discursos. Ao usar essa figura com o objetivo de se salientar ou de
produzir alguns aspectos de caráter humorístico, faz com que o emprego da ironia seja
denotado como sarcasmo, onde todo o comentário terá teor sarcástico.Já em seu sentido
figurado, a ironia pode ser uma contradição a qual é caracterizada
pelo sarcasmo, discrepância ou zombaria.”(Fonte: https://www.significadosbr.com.br/ironia
- acesso em 03 de maio d e2017)
Especificamente
no Ensino Médio, gosto de ensinar ironia a partir da letra da música “PERFEIÇÃO”,
de Renato Russo. Sobram ironias atemporais
como vemos na estrofe abaixo:
“Vamos festejar a inveja
A intolerância e a incompreensão
Vamos festejar a violência
E esquecer a nossa gente
Que trabalhou honestamente a vida inteira
E agora não tem mais direito a nada
Vamos celebrar a aberração
De toda a nossa falta de bom senso
Nosso descaso por educação
Vamos celebrar o horror
De tudo isso - com festa, velório e caixão
Está tudo morto e enterrado agora Já que também podemos celebrar
A estupidez de quem cantou esta canção.”
► Vale apena ver este belíssimo clipe e ouvir a canção na íntegra:
Fato é que o emprego da ironia já me livrou de dar umas boas voadoras em algumas pessoas. Ser irônica no momento certo é muito libertador. A gente consegue dizer o que quer para a pessoa e ficar aliviada sem, necessariamente, entrar numa dividida intelectual ou numa discussão que só faz desgastar. E, quando o(a) interlocutor(a) é grosso(a) então? É uma delicia poder responder educadamente (ao mesmo tempo em que se diz o que quer) e contemplar a fisionomia confusa da pessoa. Porém, tem uma boa parcela que não entende de ironia e leva ao “pé da letra”, tornando a comunicação meio tensa. Ainda assim, é uma alternativa perfeita para a indelicadeza e para a falta de educação. estou certa de que para ter lido este texto até aqui, vocês também já se deram conta de que a ironia nos “salva”... Usemos sem moderação! garanto que evita uma série de males, entre eles um infarto (rsrs).
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