POR MARI MONTEIRO
Não faz
muito tempo, pedi - através de um post
no Facebook - que meus amigos
registrassem a primeira palavra positiva que lhes viesse à mente. FOI ENCANTADOR!
A princípio não sabia exatamente o que faria com tantas palavras, a intenção era apenas “LER COISAS BOAS”. Porém, depois de ler as palavras, percebi que muitas
se repetiam. Decidi fazer uma espécie de ranking das palavras consideradas mais
positivas e que, consequentemente, nos fazem bem. Foram mais de duzentas
participações entre comentários e
manifestações “in box”. Grata surpresa. A propósito, estava devendo aos MEUS
MIMOS.
Dentre as tantas palavras registradas (mais de
cinquenta), citarei as cinco primeiras para, juntamente com vocês, tentar justificar tais escolhas. São elas:
1 – AMOR
2 – FÉ
3 – RESPEITO
4 – GRATIDÃO
5 –
PACIÊNCIA
A velocidade
e a fluidez das informações têm sido – a meu ver – as grandes vilãs da
comunicação e do êxito das relações humanas. Em meio a este “CAOS TECNOLÓGICO”,
a gente se perde na superficialidade das coisas da vida. Com isso as definições das palavras se tornam
cada vez mais rasas.
Diante
disso, este artigo será escrito com PAUSAS INTENCIONAIS entre os comentários de
uma palavra e outra (Confessemos. Dá uma
preguicinha só de pensar... rs) da lista. Justamente para comprovar para nós
mesmos o quanto estamos nos tornamos cada vez mais preguiçosos, mais lentos
para pensar e impacientes para alcançar alguma conclusão ou a algum contraponto
que nos agrade ou que satisfaça nossos anseios e nossas curiosidades, virtudes
estas que também estão respirando através de aparelho (nem me desculparei pelo
trocadilho). Então, quando chegarmos à expressão: “PAUSA PARA O PENSAMENTO”,
nós encontraremos alguns gatilhos para provocar nossa mente... Do contrário,
sem as nossas reflexões, de que valeria esta leitura?
Não fiquei
surpresa que a palavra mais citada tenha sido “AMOR”. Imediatamente pensei:
“Será que todos nós definimos amor da mesma maneira?”. Penso que não. Sabemos
que existem diferentes tipos de amo e diferentes formas de amar. O amor entre
pais e filhos é bem diferente do amor entre duas pessoas que se amam. Tem o poli amor; tem o amor fraterno; tem o amor platônico; tem o amor incondicional e
tem o amor próprio. Outro questionamento que me ocorreu foi: “É possível viver
sem sentir amor?”. Sobre isso, também penso que não. Eu não saberia e
desconheço quem nunca tenha amado.
PAUSA PARA O
PENSAMENTO: A quem amo? Qual é a qualidade do meu amor? Amo incondicionalmente
alguém? Amo coisas ou apenas pessoas? Sou amado (a)?
A segunda
palavra mais citada foi: “FÉ”. Costumo dizer que – não importa em quem ou em
quê – precisamos ter fé. “Quando tudo está perdido, sempre existe uma luz.
Quando tudo está perdido, sempre existe um caminho.” (Renato Russo In. “A Via
Láctea”). E, muito embora, Renato fizesse uso de ironia para se referir a
muitas coisas, considero estes versos muito pertinentes em relação á fé. Porque
é na crença d e que sempre existirá ou virá algo de bom que me apego quando
tudo vira caos. Minha fé é o que resta quando os degraus acabam e o chão cede
sob meus pés...
PAUSA PARA O
PENSAMENTO: Qual minha “definição” de fé? Tenho fé em que e em quem? Como
expresso minha fé?
“RESPEITO” é
a terceira palavra da lista. Não me contive
e recorri ao dicionário, antes de dissertar sobre: “respeito: sentimento
que leva a tratar alguém ou algo com grande atenção e reverencia.” (In. HOUAISS
p 817). PENSANDO SOBRE ESTA DEFINIÇÃO, FIQUEI AINDA MAIS CONVICTA SOBRE A ESCASSEZ DE RESPEITO EM NOSSO COTIDIANO.
Raramente vemos alguém “dar” a merecida atenção á outra pessoas ou aos
fatos. Desaprendemos a respeitar, se é
que aprendemos um dia. Além disso, há muita confusão quanto aos “parâmetros” do
que é considerado respeito. Gritar com alguém (para mim) configura desrespeito;
para outros, não. Dizer um palavrão dentro de um contexto em que se faça
necessário (para mim) não é desrespeito; para outros é.
PAUSA PARA O
PENSAMENTO: Respeito é algo que se aprende? Todos merecem ser igualmente
respeitados? Em quais situações costumo faltar com o respeito?
A quarta
palavra da lista é “GRATIDÃO”. Não sei se por conta; sobretudo, das redes
sociais, de uns tempos pra cá, penso que banalizamos esta palavra. Tudo é
gratidão. Eu mesma escrevo muito isso em meus posts. E há também a “florzinha
da gratidão” criada pelo Facebook. É linda! Adorei! Por outro lado é uma
palavra tão dita, que está sendo usada “no automático”, virou lugar comum.
Parece uma ordem imposta ou uma convenção estabelecida; ou seja, temos a
obrigação de sentir gratidão e de
manifestá-la por tudo. Não raramente, vejo pessoas que narram verdadeiras
desgraças e encerram seus textos, tuítes,
posts ou comentários com a famosa
“#GRATIDÃO”.
Ainda sobre
gratidão, atitudes semelhantes me levam a crer que perdemos muito da essência
do conceito de gratidão, do peso de seu
significado. Outro aspecto que me chama a atenção nesta palavra é que a vemos
muito POR ESCRITO; mas, raramente, a OUVIMOS no dia a dia, seja no ambiente familiar,
profissional ou social. Certamente, temos uma lista de coisas para justificar
nosso sentimento de gratidão; porém, dificilmente focamos nisso e verbalizamos
olho no olho.
PAUSA PARA O
PENSAMENTO: Tenho o hábito de agradecer? Agradeço de forma consciente ou como quem diz “saúde”
ao ouvir um espirro? Crio expectativas sobre as manifestações de gratidão do
outro?
A quinta e
última palavra é “PACIÊNCIA”, lembrando que é parte de um ranking de mais de
cinquenta palavras diferentes. Não sei precisar os motivos; mas, empaquei nesta
palavra. Depois da quarta palavra até o momento em que consegui escrever sobre paciência, passaram-se oito longos
dias. E eu tentei diariamente. Nada saia. Terá sido falta de paciência? Agora
sei que não, porque estou extremamente impaciente hoje e o texto está fluindo.
Foram dificuldades e bloqueios sobre o tema mesmo. Ainda não estou confortável
para falar disso. Muito provavelmente porque gostaria de ser muito mais
paciente e tolerante. Sinto vontade de
ter paciência; por exemplo, d e esperar
que tudo se resolva com o tempo, Sabe aquilo que dizem: “Tudo chega a seu
tempo!”? Minha crise já começa por aí.
Além disso, ão acredito em tempo marcado para os
fatos; sobretudo, quando, diante de uma perda irreparável, ouço: “Chegou a hora
de fulano(a) partir.” Quem foi que estabeleceu isso gente? “É tempo de seca!” e lá se vão anos perdidos pra seca, pra sede
e pra fome. Ou então ouço: “Mas é tempo de chuva. É assim mesmo”. E lá se vão
vidas, lares e famílias inteiras
perdidas. Talvez eu esteja confundindo paciência com CONFORMISMO Sempre senti
asco pelos conformistas. E eu os culpo
por muitas mazelas. Certamente, terei muito que pensar sobre o conceito de paciência
e; sobretudo, PRATICAR MUITO.
PAUSA PARA O
PENSAMENTO: Como defino paciência? Em quais situações/circunstâncias sou
impaciente? O que me estressa mais
IMPACIÊNCIA ou o excesso de PACIÊNCIA?
(Sim, porque existem pessoas que – de tanto serem pacientes – em um determinado
momento surtam.)
Tal como a
maioria, eu também fiz as pausas e pensei
muito sobre cada palavra. Dentre as muitas sensações, a que predominou foi a
inquietação e percebi que não estou certa de que as uso sempre de acordo com o
peso que carregam.
1 – AMOR
“RESPEITO” é a terceira palavra da lista. Não me contive e recorri ao dicionário, antes de dissertar sobre: “respeito: sentimento que leva a tratar alguém ou algo com grande atenção e reverencia.” (In. HOUAISS p 817). PENSANDO SOBRE ESTA DEFINIÇÃO, FIQUEI AINDA MAIS CONVICTA SOBRE A ESCASSEZ DE RESPEITO EM NOSSO COTIDIANO. Raramente vemos alguém “dar” a merecida atenção á outra pessoas ou aos fatos. Desaprendemos a respeitar, se é que aprendemos um dia. Além disso, há muita confusão quanto aos “parâmetros” do que é considerado respeito. Gritar com alguém (para mim) configura desrespeito; para outros, não. Dizer um palavrão dentro de um contexto em que se faça necessário (para mim) não é desrespeito; para outros é.
PAUSA PARA O PENSAMENTO: Como defino paciência? Em quais situações/circunstâncias sou impaciente? O que me estressa mais IMPACIÊNCIA ou o excesso de PACIÊNCIA? (Sim, porque existem pessoas que – de tanto serem pacientes – em um determinado momento surtam.)