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EDUCAR É, ANTES, SENTIR... E TODOS SÃO CAPAZES DISSO.

terça-feira, 15 de agosto de 2017

O PODER DAS PALAVRAS POSITIVAS (THE POWER OF POSITIVE WORDS)

POR MARI MONTEIRO




Não faz muito tempo, pedi  - através de um post no Facebook -  que meus amigos registrassem a primeira palavra positiva que lhes viesse à mente. FOI ENCANTADOR! A princípio não sabia exatamente o que faria com tantas palavras,  a intenção era apenas “LER  COISAS BOAS”. Porém,  depois de ler as palavras, percebi que muitas se repetiam. Decidi fazer uma espécie de ranking das palavras consideradas mais positivas e que, consequentemente, nos fazem bem. Foram mais de duzentas participações entre comentários  e manifestações “in box”. Grata surpresa. A propósito, estava devendo aos MEUS MIMOS.

Dentre as tantas palavras registradas (mais de cinquenta), citarei as cinco primeiras para, juntamente com vocês,  tentar justificar tais escolhas.  São elas:

1 – AMOR
2 – FÉ
3 – RESPEITO
4 – GRATIDÃO
5 – PACIÊNCIA

A velocidade e a fluidez das informações têm sido – a meu ver – as grandes vilãs da comunicação e do êxito das relações humanas. Em meio a este “CAOS TECNOLÓGICO”, a gente se perde na superficialidade das coisas da vida.  Com isso as definições das palavras se tornam cada vez mais rasas.


Diante disso, este artigo será escrito com PAUSAS INTENCIONAIS entre os comentários de uma palavra e outra (Confessemos.  Dá uma preguicinha só de pensar... rs) da lista. Justamente para comprovar para nós mesmos o quanto estamos nos tornamos cada vez mais preguiçosos, mais lentos para pensar e impacientes para alcançar alguma conclusão ou a algum contraponto que nos agrade ou que satisfaça nossos anseios e nossas curiosidades, virtudes estas que também estão respirando através de aparelho (nem me desculparei pelo trocadilho). Então, quando chegarmos à expressão: “PAUSA PARA O PENSAMENTO”, nós encontraremos alguns gatilhos para provocar nossa mente... Do contrário, sem as nossas reflexões, de que valeria esta leitura?




Não fiquei surpresa que a palavra mais citada tenha sido “AMOR”. Imediatamente pensei: “Será que todos nós definimos amor da mesma maneira?”. Penso que não. Sabemos que existem diferentes tipos de amo e diferentes formas de amar. O amor entre pais e filhos é bem diferente do amor entre duas pessoas que se amam. Tem o poli amor; tem o amor fraterno; tem o amor platônico; tem o amor incondicional e tem o amor próprio. Outro questionamento que me ocorreu foi: “É possível viver sem sentir amor?”. Sobre isso, também penso que não. Eu não saberia e desconheço quem nunca tenha amado.

PAUSA PARA O PENSAMENTO: A quem amo? Qual é a qualidade do meu amor? Amo incondicionalmente alguém? Amo coisas ou apenas pessoas? Sou amado (a)?





A segunda palavra mais citada foi: “FÉ”. Costumo dizer que – não importa em quem ou em quê – precisamos ter fé. “Quando tudo está perdido, sempre existe uma luz. Quando tudo está perdido, sempre existe um caminho.” (Renato Russo In. “A Via Láctea”). E, muito embora, Renato fizesse uso de ironia para se referir a muitas coisas, considero estes versos muito pertinentes em relação á fé. Porque é na crença d e que sempre existirá ou virá algo de bom que me apego quando tudo vira caos. Minha fé é o que resta quando os degraus acabam e o chão cede sob meus pés...


PAUSA PARA O PENSAMENTO: Qual minha “definição” de fé? Tenho fé em que e em quem? Como expresso minha fé?







“RESPEITO” é a terceira palavra da lista. Não me contive  e recorri ao dicionário, antes de dissertar sobre: “respeito: sentimento que leva a tratar alguém ou algo com grande atenção e reverencia.” (In. HOUAISS p 817). PENSANDO SOBRE ESTA DEFINIÇÃO, FIQUEI AINDA MAIS CONVICTA SOBRE A  ESCASSEZ DE RESPEITO EM NOSSO COTIDIANO. Raramente vemos alguém “dar” a merecida atenção á outra pessoas ou aos fatos.  Desaprendemos a respeitar, se é que aprendemos um dia. Além disso, há muita confusão quanto aos “parâmetros” do que é considerado respeito. Gritar com alguém (para mim) configura desrespeito; para outros, não. Dizer um palavrão dentro de um contexto em que se faça necessário (para mim) não é desrespeito; para outros é.


PAUSA PARA O PENSAMENTO: Respeito é algo que se aprende? Todos merecem ser igualmente respeitados? Em quais situações costumo faltar com o respeito?






A quarta palavra da lista é “GRATIDÃO”. Não sei se por conta; sobretudo, das redes sociais, de uns tempos pra cá, penso que banalizamos esta palavra. Tudo é gratidão. Eu mesma escrevo muito isso em meus posts. E há também a “florzinha da gratidão” criada pelo Facebook. É linda! Adorei! Por outro lado é uma palavra tão dita, que está sendo usada “no automático”, virou lugar comum. Parece uma ordem imposta ou uma convenção estabelecida; ou seja, temos a obrigação de  sentir gratidão e de manifestá-la por tudo. Não raramente, vejo pessoas que narram verdadeiras desgraças e  encerram seus textos, tuítes, posts ou comentários  com a famosa “#GRATIDÃO”.
Ainda sobre gratidão, atitudes semelhantes me levam a crer que perdemos muito da essência do  conceito de gratidão, do peso de seu significado. Outro aspecto que me chama a atenção nesta palavra é que a vemos muito POR ESCRITO; mas, raramente, a OUVIMOS no dia  a dia, seja no ambiente familiar, profissional ou social. Certamente, temos uma lista de coisas para justificar nosso sentimento de gratidão; porém, dificilmente focamos nisso e verbalizamos olho no olho.

PAUSA PARA O PENSAMENTO: Tenho o hábito de agradecer? Agradeço  de forma consciente ou como quem diz “saúde” ao ouvir um espirro? Crio expectativas sobre as manifestações de gratidão do outro?




A quinta e última palavra é “PACIÊNCIA”, lembrando que é parte de um ranking de mais de cinquenta palavras diferentes. Não sei precisar os motivos; mas, empaquei nesta palavra. Depois da quarta palavra até o momento em que consegui escrever  sobre paciência, passaram-se oito longos dias. E eu tentei diariamente. Nada saia. Terá sido falta de paciência? Agora sei que não, porque estou extremamente impaciente hoje e o texto está fluindo. Foram dificuldades e bloqueios sobre o tema mesmo. Ainda não estou confortável para falar disso. Muito provavelmente porque gostaria de ser muito mais paciente  e tolerante. Sinto vontade de ter paciência; por  exemplo, d e esperar que tudo se resolva com o tempo, Sabe aquilo que dizem: “Tudo chega a seu tempo!”? Minha crise já começa por aí. 

Além disso, ão acredito em tempo marcado para os fatos; sobretudo, quando, diante de uma perda irreparável, ouço: “Chegou a hora de fulano(a) partir.” Quem foi que estabeleceu isso gente? “É tempo de seca!”  e lá se vão anos perdidos pra seca, pra sede e pra fome. Ou então ouço: “Mas é tempo de chuva. É assim mesmo”. E lá se vão vidas, lares  e famílias inteiras perdidas. Talvez eu esteja confundindo paciência com CONFORMISMO Sempre senti asco  pelos conformistas. E eu os culpo por muitas mazelas. Certamente, terei muito que pensar sobre o conceito de paciência e; sobretudo, PRATICAR MUITO.


PAUSA PARA O PENSAMENTO: Como defino paciência? Em quais situações/circunstâncias sou impaciente? O que me  estressa mais IMPACIÊNCIA  ou o excesso de PACIÊNCIA? (Sim, porque existem pessoas que – de tanto serem pacientes – em um determinado momento surtam.)


Tal como a maioria, eu também fiz as pausas   e pensei muito sobre cada palavra. Dentre as muitas sensações, a que predominou foi a inquietação e percebi que não estou certa de que as uso sempre de acordo com o peso que carregam.

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