Translate

EDUCAR É, ANTES, SENTIR... E TODOS SÃO CAPAZES DISSO.

terça-feira, 31 de março de 2015

PROFESSORES OU “TIOS”? (TEACHERS OR "UNCLES"?

POR MARI MONTEIRO



Este é o tipo de artigo que escrevi para não vomitar. Literalmente, às vezes, escrevo para NÃO ADOECER. E, nesta tarde, me senti um “tantim” adoentada. Não é um artigo leve, mas também NÃO É OFENSIVO AOS PROFESSORES. Quanto aos “tios” que, por ventura, o lerem... Não lamento.  São fatos!

Não generalizo. Mas existem professores e existem “tios”. Os chamados professores, aqueles que são PROFISSIONAIS e; portanto, sabem o que fazer em sala de aula, porque estudaram e estudam muito para isso (e isso não é barato, não é rápido e nem tão pouco fácil); são os mesmos que  não conseguem comprar livros; frequentar teatros, shows, cinemas... São os mesmos que se INDIGNAM com este distanciamento, praticamente compulsório, entre um profissional que tem por princípio disseminar cultura e sua própria falta de acesso a ela por questões financeiras. NÓS, PROFESSORES, GANHAMOS POUCO E PONTO. Muitos são arrimos de família, cujas prioridades são aluguel; alimentação; água; luz e, se sobrar algum, uma internet básica.

Já os “tios” e as “tias”, e eu não vou me desculpar pelo emprego dos termos. Ser tio ou tia, no sentido de grau de parentesco, é ótimo. Tenho uma tia que é uma espécie de guia na minha vida. Mas a ESCOLA NÃO É CASA e o PROFESSOR NÃO É PARENTE.  Foi o menos pejorativo que  encontrei. Falo daqueles que incorporaram o personagem “tio” no lugar errado! Trata-se do assistencialista, daquele “parente” distante que a gente só procura quando precisa de um favor. Este favor pode ser um voto; pode ser uma aprovação automática e pode ser o pior dos favores: O VOTO.




Um exemplo disso é a bonificação por resultados  de 2015. Alguns professores da Rede receberam. Eu recebi e posso falar com propriedade sobre o assunto. O Sr. Governador anunciou na mídia um BÔNUS HISTÓRICO DE UM BILHÃO DE REAIS. Porém, temo que o que  estava nas entrelinhas da “fala” do nosso governador não tenha “chegado” à maioria da sociedade. Eu conto! Ele pagará o bônus em DUAS VEZES. Hoje (31/03) foi um "sopro na ferida". A segunda será somente em setembro. Ou seja; a parcela maior do bônus ( de acordo com o GDAE a segunda parcela da maioria é maior que a primeira. O que equivale  a dizer que  a maior parte do tal 1 BILHÃO DE REAIS lhe renderá juros por SEIS MESES. E o mais triste é você, ouvir comentários como: “Se a segunda é maior, é porque ele está incluindo os juros...” PELO AMOR DE DEUS!!! Quando ele anunciou a cifra, ele já sabia de quanto era cada parcela de cada professor.  Essa é uma inocência que só os “TIOS” possuem.



Há muitos professores desempregados. Isso antes do ingresso que ocorrerá em agosto próximo. Mas... Quem se importa? Pra que greve? Por que a greve não consegue se fortalecer (e convencer!) o suficiente? Simples. Está cada um OLHANDO PARA O PRÓPRIO UMBIGO! Isso é postura de professor? Não! É de “TIO”! Aquele que diz: “tudo bem, amém!”...

Professor é FORMADOR DE OPINIÃO. “TIO” é DEFORMADOR... Quem não se posiciona, não tem opinião própria, vai formar que opinião. Dirão alguns: “Tenho opinião, só não gosto de me manifestar.” Desculpem – me; mas, para mim, isso equivale a não ter nenhuma opinião.

Professor mostra a cara; dialoga; diz ao que veio; não fica em cima do muro. O aluno PERCEBE e SENTE sua IDENTIDADE. O que encoraja o aluno a dialogar e a posicionar-se também. O “tio” é aquele cuja aula é um monólogo. Só ele fala.  Isso é pernicioso, incentiva a mudez; o conformismo. É injusto. O que mais precisamos aprender é DIALOGAR; ARGUMENTAR e DEFENDER NOSSO PONTO DE VISTA. O restante, o Google sabe... Porém, o Google não conversará ou argumentará conosco.


O Professor é; por isso mesmo, uma figura MARCANTE. Só me lembro dos meus professores; lembro-me até de seus olhares. Lembro-me com carinho, com saudade e com gratidão. Por exemplo, me lembro da minha professora de Língua Portuguesa Alissar Rimaik Abouriski; por admirar tanto sua postura e sua conduta, fiz Letras... Lembro-me até do perfume que ela usava. E isso foi no Ensino Fundamental II. Não me lembro dos tantos “tios” que tive durante minha formação. E isso NÃO FAZ A MENOR DIFERENÇA NA MINHA VIDA  profissional ou social. Alguns, confesso, fiz questão de esquecer. Em contrapartida; graças aos meus PROFESSORES, me tornei professora e NÃO TIA! Com eles, aprendi também que, por diferentes circunstância e necessidades, como professores, acabamos VENDEMOS BARATO o que NÃO TEM PREÇO

Crédito das imagens: https://www.facebook.com/professoreprofessoradepressao?fref=ts 



COMENTE!