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EDUCAR É, ANTES, SENTIR... E TODOS SÃO CAPAZES DISSO.

domingo, 31 de março de 2013

PARA ADORMECER EM PAZ...

Por Mari Monteiro
Não quero que a postagem anterior seja a última deste dia. Me incomoda a imagem... o FATO! Quero conservar meu otimismo e minha esperança. Às vezes, no caso do otimismo, chego a pensar que é genético (olha o absurdo!). Isso porque, por mais que tudo esteja desmoronando, as lágrimas caindo, penso com convicção: "Isso não pode ser o fim!"

O que se assemelha muito aos versos de Renato Russo em
"A montanha mágica":
"(...) E nossa história
Não estará
Pelo avesso assim
Sem final feliz
Teremos coisas bonitas pra contar
E até lá
Vamos viver
Temos muito ainda por fazer
Não olhe pra trás
Apenas começamos."

Então, desejo que guardem imagens e palavras amenas... Tal como estas de RUBEM ALVES (a propósito, ele é uma espécie de "enérgico", que degusto cada vez que minha fé na educação esmorece... como hoje.).




DURMAM BEM!!!

ATÉ QUANDO?

Por Mari Monteiro
Quando vi esta imagem, a primeira coisa que fiz foi ficar paralisada por alguns minutos. Depois, , me senti mal (DE NOVO!!!), porque isso já virou um "déjà vu" na educação. TODO MUNDO sabe o que  acontece. Sabe também que as agressões verbais (que também doem!!!) são constantes... e as mortes??? Daí a OBVIEDADE do título deste artigo. E quem pode responder a pergunta: "Até quando?" eu, você, os alunos, os professores que são agredidos das mais variadas formas, as autoridades (aliás, autoridades em que mesmo???). 


E, por falar em AUTORIDADES EM EDUCAÇÃO, quem são vocês caras pálidas que se escondem atrás das portas de seus gabinetes? Distantes  dos palavrões, dos xingamentos, das ofensas, das agressões e de toda sorte de descasos que sofremos em sala de aula? De que lado estão? Tais questionamentos advém do fato de que esse tipo de notícia já se tornou comum (isso quando é veiculada pela mídia que, afinal de contas, tem coisas mais importantes para noticiar..."coisas" que desviem o foco de nós mesmos, que faça com que nos acostumemos com nosso próprio sofrimento), o que fortalece o "NÃO - ASSOMBRO". 



Tenho muito medo de que nos acostumemos com cenas e fotos relacionadas à profissão docente... porque às outras formas de violência já tomaram o seu lugar na sociedade: o "lugar - comum"...



Enfim, quero muito saber o que acontecerá com o agressor (independentemente de sua idade. FODA-SE  o ECA! A Constituição não funciona mesmo...). E se fosse sua mãe?

domingo, 24 de março de 2013

APENAS PARA LEMBRAR...

Por Mari Monteiro
Há tempos que o educador vem sendo ludibriado com "agradinhos" aqui e acolá. Lamento informar às autoridades que ainda não perceberam (e não o fizeram porque se fazem de cegas, surdas e mudas!) que o professor  quer e NECESSITA  é DIGNIDADE!. O que começa com um salário JUSTO, porque, como todo trabalhador HONESTO (o que não inclui determinados políticos, que trabalham pouco e ganham muito...) o professor precisa morar minimamente bem  e suprir as necessidades básicas de sua família. Além disso, precisa de TEMPO. Planejar boas aulas pressupõe pesquisas, pesquisas pressupõe tempo. Tempo este que não existe, pois já que o salário não é digno, é preciso que trabalhar em mais de uma escola. 




Os professores que não gostam de falar sobre os seus salários que me desculpem, mas... das duas uma: ou trabalham por diversão (não acredito nisso), ou são sustentados pela família (conheço alguns, cujo dinheiro é só para os próprios gastos particulares); ou seja, não arcam com despesas como contas de LUZ, ÁGUA, TELEFONE, ALIMENTAÇÃO, MORADIA, SAÚDE, TRANSPORTE... SEM CONTAR A COMPRA DE LIVROS (isso seria luxuoso demais!!!).




E a mídia continua mostrando escolas  de primeiro mundo. Por acaso seu filho já estudou numa destas? Você já trabalhou numa destas? Quantas assim existem na sua cidade??? Enfim, NÃO ADIANTARÁ "INAUGURAR" MEIA DÚZIA DE ESCOLAS EM TEMPO INTEGRAL ( para inglês ver), SE O PROFESSOR NÃO ESTIVER INTEIRO...


quinta-feira, 21 de março de 2013

AS REDES SOCIAIS E A HUMANIZAÇÃO DAS RELAÇÕES

por Mari Monteiro

O trato entre as pessoas, tal como as quase instantâneas mudanças sociais, tem sofrido modificações  EXTREMAS INTENSAS  e  TENSAS. Obviamente, o ser humano está sempre “SENDO” (deveria até existir uma ciência para tratar disso: a “SENDOLOGIA” conforme sugeriu, numa palestra, o professor Doutor José Eustáquio Romão) e, por isso, muda constantemente de comportamento. Então, QUAL É O PROBLEMA? Se pensarmos apenas em termos de evolução, transformação e amadurecimento, tudo certo. Contudo, não é apenas isso que acontece. Os indivíduos, em geral, estão, em primeiro lugar, sem referências (BOAS REFERÊNCIAS) na  arte, na música, na Literatura; não por falta de opções (se garimparmos encontraremos bons alimentos para a alma), mas por falta de critérios para seleção. O acesso à arte de um modo geral nunca foi tão intenso e fácil; no entanto, boa parte da população; sobretudo, os jovens, não sabem selecionar. 

Em segundo lugar, há a questão das relações virtuais, o que não é de todo ruim, ao contrário, elas oferecem muitas oportunidades de interação que, talvez, pessoalmente, o indivíduo não fosse capaz de efetivá-las. Mas, como tudo na vida, este aspecto tem dois lados (ou mais, se analisarmos mais profundamente).

 Daí, a necessidade de abordar, a princípio, os aspectos negativos advindos deste tipo de relação social. Os jovens tem perdido a habilidade (e pensar que as gerações futuras sequer perderão esta habilidade, pois não a terão CONHECIDO...) de relacionar-se “DE PERTO”: olhos nos olhos, diálogos sem pressa. Isso porque tudo no mundo virtual é muito IMEDIATISTA. Esta instantaneidade é trazida para o mundo real. Há uma urgência em tudo que fazem: Falam rápido demais; não tem paciência para ouvir; não tem interesse pela leitura, pois se habituaram à comodidade dos “TEXTOS IMAGÉTICOS”, onde tudo está pronto. A imaginação não tem o trabalho de criar, porque alguém já criou o cenário, as cores... Tudo. Diferentemente de um livro que o indivíduo lê e  a imaginação trabalha para construir cenas, cores e aromas, o que exige serenidade, tempo e inventividade “ROUBADAS” pelas imagens  PRONTAS.

 Todos estes aspectos refletem quase sempre de forma negativa, por exemplo, NA SALA DE AULA, principalmente quando se trata de ouvir as explicações, ler textos considerados mais complexos, usar um tom de voz mais adequado com colegas e professores. Na hora de escrever, FALTAM PALAVRAS e  as poucas que surgem são “pobres”, repetitivas e escassas. Para a maioria dos estudantes, é quase um parto elaborar uma redação de vinte linhas. No âmbito familiar, tais condutas contribuem para o isolamento entre as pessoas. Então, o que fazer? EQUILÍBRIO é a resposta. As redes sociais, por exemplo, quando bem utilizadas, constituem uma excelente plataforma para a manifestação de ideias e para a conscientização acerca das questões políticas e sociais. COMO FAZER ISSO? É necessário que existam inferências constantes por parte da FAMÍLIA e da ESCOLA. À escola cabe, por exemplo, solicitar o uso de ferramentas que possibilitem aos alunos praticar uma boa leitura, elaborar e registrar reflexões e APRENDER A FILTRAR o que é lido. 

Outro aspecto a ser abordado é o fato de que as relações travadas no âmbito familiar refletem diretamente na sala de aula. Ouvi algo curioso de um amigo. Segundo ele, numa tarde de domingo, não havia ninguém vendo TV na sala. Ao andar pela casa, percebeu que estava cada um no seu quarto, assistindo sua própria TV e – o mais grave – todos estavam vendo o mesmo programa; ou seja, este tempo de interação foi substituído pelo ISOLAMENTO e, consequentemente, pelo diálogo acerca do que foi visto. Fato é que NADA SUBSTITUI UMA BOA CONVERSA, um AFAGO nos cabelos, um ABRAÇO

Mas, por outro lado, é preciso admitir que o FASCÍNIO que a internet (e a mídia em geral) exerce sobre nós é “viciante”. Chega a ser uma batalha desigual tanto para a família como para a escola.  Este é o típico caso em que cabe um antigo dito popular: “Se não pode com eles, junte-se a eles.” A questão é COMPARTILHAR e REFORÇAR os aspectos positivos e COMBATER os negativos, através, por exemplo, da aprendizagem e prática de alertas contra golpes e pedofilias; seleção dos conteúdos postados (o que nada tem a ver com censura da liberdade de expressão, mas sim com a SELETIVIDADE); ou seja, os usuários (nossa! O próprio termo “usuários” remete-nos a alguma espécie de vício...) das redes sociais devem ter consciência da utilidade de suas postagens. É bom ver um post engraçado e dar risada em frente à tela, mas não é nada engraçado se deparar com posts de cunho racista ou preconceituoso.

 Enfim, absolutamente nada contra as redes sócias, faço parte de várias. Nem por isso perco as oportunidades de interagir pessoalmente. Não abro mão do olho no olho, de longas conversas e do contato físico. Sei que pode parecer que, para o adulto, isso é fácil. Sim, a maturidade ajuda. Mas se a escola e a família se unirem para esclarecer os prós e os contras (que, a propósito, são infinitamente menores que os prós), as crianças e os adolescentes poderão ser (RE) educados para aprimorar suas relações sociais, tornando-as mais humanas e mais próximas. O uso da tecnologia em prol da HUMANIZAÇÃO DAS RELAÇÕES é possível! Há muita poesia e generosidade “nas redes”, basta garimpar e tomar para si apenas o que for capaz de nos tornar INTELIGENTEMENTE MAIS AMOROSOS  e menos indiferentes...

segunda-feira, 18 de março de 2013

“HORÁRIO” DE BORDO SOBRE UMA VIAGEM QUE NINGUÉM DEVERIA FAZER


Por Mari Monteiro

São 9h31.  Estou aqui no Pronto Socorro do Hospital Nardine, em Mauá. Não me agrada os anonimatos por isso arriscam-me a dar o nome. Acabei de assinar minha ficha.  Soube que o tempo de espera varia entre 4 e 5 horas.

São 10h40. Já vi de um tudo por aqui; SAMU com pessoas atropeladas, filho com surtos psicóticos que espancaram a mãe, pacientes desmaiando e voltando a si por conta do acaso... Nenhum médico à vista.  Apenas as recepcionistas que, compadecidas, fazem o que podem. “Mas e a vida? E a vida o que é? Diga lá meu irmão” (Já dizia Gonzaguinha). No momento em que estes versos me vêm à cabeça, penso: "A VIDA SÓ VALE PARA QUEM A VIVE, QUANDO VIVE.” Para os outros, neste caso para as AUTORIDADES QUE GERENCIAM A SAÚDE (melhor dizendo, que gerenciam a doença da saúde pública), não vale muita coisa.


São 11h35. Escrevo, para não surtar, no verso de algumas páginas de um livro  que trouxe para ler. Isso para não expressar, literalmente, minha indignação e ser tomada como louca, pois neste país a maioria perdeu as forças acomodou, desistiu. Então, escrevo. O que mais fazer? ACEITEI O TEMPO DE ESPERA. NÃO TINHA OPÇÃO. Posso esperar, muito embora uma das piore sensações  do mundo (para mim) seja sentir o tempo se esvaindo em vão. Não sei como farei para não sucumbir à espera. Se colocar os fones de ouvido, talvez não ouça quando me chamarem. Leio mais um pouco e logo fico entediada. Não escolhi bem o livro. O autor fala de coisas que já li e fiz  muitas vezes na vida. Olho para as pessoas e empalideço de tristeza e de desconforto. O cheiro do lugar me dá náuseas.
Parte crucial: estou sentada (ainda, pois logo darei o lugar a alguém, está ficando cheio) em frente a uma placa com o seguinte slogan: “GESTÃO AMOR PELA CIDADE”. Será ironia ou será para “tirar uma onda com nossa cara mesmo, penso. Isso é um pronto socorro e, até onde sei, “pronto” é sinônimo de ligeiro, imediato...

São 12h40.  Aviso a recepcionista que, por conta das minhas queimaduras de 2º grau, não devo ficar muito tempo exposta num ambiente hospitalar e pergunto se até as 14h há possibilidade de atendimento. Fiquei animada. Ela disse que só havia duas pessoas na minha frente; mas alertou: há as urgências, as internações, os SAMUs que não param de chegar e (PASMEM!) tudo isso por conta de apenas UMA PROFISSIONAL que, a propósito é uma EXCELENTE profissional. Aguenta isso há tempos. E nunca a vi maltratar ninguém. Daí  eu reforço: A CULPA É DA TAL “GESTÃO AMOROSA”... Lembram do slogan?

São 13h31. Acabo de voltar do toalete (aliás, termo muito pomposo para o que vi: Não havia higiene, papel higiênico, toalhas para secar as mãos e nem lâmpada...). Tento adiantar algumas coisas por telefone. Recebi vários telefonemas de pessoas que pensaram que eu havia ficado internada devido a demora.
Neste momento ( se é que já não o fez) se pergunta: “POR QUE POSTAR ESTE ARTIGO NUM BLOG DE EDUCAÇÃO?”. Resposta óbvia: Saúde e Educação são DIREITOS BÁSICOS garantidos na Constituição Federativa do Brasil. Quanto a serem CUMPRIDOS, é uma outra história. Além disso, saúde educação são requisitos básicos para o desenvolvimento físico e intelectual do cidadão. E, por falar em cidadão, lembrei-me da Ouvidoria que me ouvirá muito em breve. Tem mais. Quanto maior o grau de instrução, maior a busca pelos seus direitos e pela compreensão destes. Mesmo porque, raros são os sujeitos que possuem em casa um exemplar da Constituição e se dispõem à leitura e à compreensão dos mesmos. Ora, é tudo uma questão de educação; sobretudo da educação formal, que se propõem a formar cidadãos... Um bom começo é o estudo de seus direitos e deveres. Decidi também que vou postar este artigo no site da Prefeitura, da Secretaria da Saúde e a quem mais possa interessar... Embora ainda acredite que deva interessar mais a nós mesmo: aqueles que necessitam de um serviço público de QUALIDADE, mas que AINDA NÃO APRENDEU a reivindica-lo. Independentemente do resultado das postagens, é uma ação que representa minha indignação... Hoje tão à flor da pele.

 

São 14h31. Acabo de voltar da Ouvidoria do Hospital. Decisão solitária. Fui muito bem recebida por uma senhora elegante chamada Auxiliadora (aliás, nome propício para o cargo. Disse isso a ela.). De forma educada e polida, após minha narrativa, orientou que eu fizesse a reclamação por escrito.  Achei pertinente, pois as autoridades do município devem achar que está tudo bem por aqui. Uma das coisas que me lembro de ter dito a ela é que a maioria dos munícipes, inclusive eu, sequer sabe o nome do “novo” Secretario da Saúde, dirá lutar pelos seus direitos enquanto pacientes. (mais uma vez, questões ligadas à cidadania e à EDUCAÇÃO). Não feliz com isso, voltando para a recepção, fiz uma breve pesquisa e nenhuma das pessoas, por mim indagadas, sabe o nome do Secretário. Saberei assim que consultar o site. Assumo minha culpa.
Nesta altura, o cenário era outro: alguns foram embora; pessoas há mais de cinco horas sem comer... Tudo isso agravado pelo fato de que a “SAÚDE MENTAL” do município deixou, do dia para a noite de atender aproximadamente sete mil pacientes.  Tratamentos interrompidos, como se fôssemos objetos descartáveis. Outra semelhança entre SAÚDE e EDUCAÇÃO: OBJETOS SÃO RECICLÁVEIS, PESSOAS NÃO!


São 15h30.  E ainda espero... Esperamos. Observo fisionomias distintas: faces frias e cansadas; agoniadas; pálidas e outras indescritíveis. E a Senhora Secretária da Saúde de Mauá,  (desculpe-me, não sei o seu título) Lumena Furtado,o que estará fazendo a esta hora? Já deve ter almoçado (e bem!); tomado seu café da tarde e deve estar sentada confortavelmente em seu gabinete.

São 16h29. Voltamos da ouvidoria (desta vez, umas dez pessoas me acompanharam, o restante... como já disse, ficou acomodado, cansado em suas cadeiras...). Recebemos a seguinte notícia: “ Quem quiser esperar será atendido, quem não puder, tem outras opções que, segundo os presentes até sexta –feira, não existiam.

São 17h30.  Esperando... Já nem me lembro do que comi na padaria. Seja lá o que foi não me fez bem. Agora não é mais apenas indignação. É INDIGNAÇÃO, HUMILHAÇÃO, FOME, FRIO e... DOR.

São 17h45. Eis que surge a Doutora Alessandra... Parece um sonho. Educada e serena, como sempre, começa a chamar os pacientes. Foi necessário mesmo TER MUITA EDUCAÇÃO para não proferir mais de uma dúzia de palavrões. Não que isso adiantasse a consulta, mas evitaria um possível infarto. Além disso, as pessoas lá presentes mereciam ouvir este tipo de coisa...

 São 18h30.  Após NOVE HORAS DE ESPERA (mais que um dia de trabalho!), deixo o “PRONTO” Socorro do Hospital, pronta para rezar muito para não precisar voltar tão cedo...
  

quarta-feira, 13 de março de 2013

ARMAS NA SALA DE AULA???

Por Mari Monteiro
Recebi uma sugestão de tema para o blog do meu caro amigo Professor Flavio Cesar Novo acerca da seguinte notícia:Nos EUA, professores tem aula de tiro para treinar suas pontarias. O medo toma conta de docentes e alunos”, veiculada pela BBC em 12/03/2013.  (vide link) Fato: caso não nos ocupemos com a HUMANIZAÇÃO das relações sociais e com a “SAÚDE” destas relações, num futuro próximo, esta prática poderá  estender-se a outros estados não apenas norte-americanos, mas no mundo. E a violência ocupará um “lugar comum” em nossas vidas.
Acredito que falta-nos o ASSOMBRO. Lamento afirmar (e percebo isso no meu cotidiano e na mídia em geral) que muitos de nós já não se assombram mais com as tragédias humanas. Por exemplo, no caso da professora Simone assassinada por seu aluno, no máximo, em alguns dias, exceto no caso dos familiares e amigos mais próximos, ninguém mais se lembrará do caso; sobretudo, a mídia. Temos memória curta...

Enfim, precisamos nos lembrar a cada manhã,  que somos passíveis de erros assim como todos que nos cercam e, a partir disso, praticar a TOLERÂNCIA, que é quase uma questão de sobrevivência atualmente. O que não inclui, logicamente, os casos de surtos psicóticos, cujos assassinos invadem as escolas e matam aleatoriamente. Esta é uma questão de Segurança Pública. Caso contrário, se a “moda pega”, o professor acumulará mais uma função a de SEGURANÇA ESCOLAR! E, cada vez, sobra menos espaço para a educação em si. 

Veja a matéria completa e o vídeo no link http://youtu.be/tbPB0bS7DZo


Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/videos_e_fotos/2013/03/130311_professores_tiro_eua_fn.shtml

terça-feira, 12 de março de 2013

INEVITÁVEL NÃO POSTAR, LAMENTÁVEL POSTAR!

"Simone de Lima, 27 anos, professora da Escola Toledo, em Itirapina, foi assassinada no início da tarde da segunda-feira (11), dentro da escola onde trabalhava por aluno de 33 anos.

(fonte: http://primeiraedicao.com.br/noticia/2013/03/12/aluno-invade-escola-e-mata-professora acesso em 12/02/2013)

Por Mari Monteiro
No último artigo postado "O PROFESSOR E A SÍNDROME DE DURGA", além de mencionar todas as mazelas as quais nós, professores, estamos sujeitos, devo dizer que estamos também (e diariamente) frente a situações de risco como estas. Há dezenas de casos em que os professores sofrem ameaças e, incrédulos ou confiantes na bondade humana (feito eu, que sou bem Dorothy do Mágico de OZ, achando que tudo fica sempre bem...), meses ou até anos depois são brutalmente assassinados e agredidos fisicamente... Quanto à agressão verbal... Bem. Esta já virou rotina para alguns!!! E, pasmem, caso acessem este link do inicio do artigo, verão que a mídia não escreve o nome do ASSASSINO, emprega apenas suas iniciais. Afinal, quem merece proteção mesmo??? REVOLTANTE!

segunda-feira, 11 de março de 2013

O PROFESSOR E A SÍNDROME DA DEUSA DURGA (PROFESSOR AND THE GODDESS DURGA SYNDROME/ TEACHERS SICK)

Por Mari Monteiro

O PROFESSOR E A SÍNDROME DA DEUSA DURGA

Num determinado momento da minha carreira, respondi a uma indagação vinda de uma coordenadora pela qual nutro o mais profundo respeito. A pergunta foi: “Agora está tudo bem Mari?”. Eu disse: “Não. Não está tudo bem, porque não estou feliz e só sei ensinar de verdade quando estou feliz.”.

Desde então, passei a entender a SAÚDE EMOCIONAL do professor como sinônimo de SATISFAÇÃO e de FELICIDADE. Isso somado ao fato de que o professor – assim como todo e qualquer trabalhador – deve estar física e emocionalmente saudável e bem disposto.

Não que antes eu não prestasse atenção às mazelas e aos comportamentos dos meus colegas de trabalho (e às minhas próprias); mas, a partir deste fato, passei a fazê-lo com muito mais profundidade e sensibilidade. Foi então que percebi o quanto estamos FRAGILIZADOS E EXPOSTOS. Explico.  Fragilizados, porque somos alvos de cobranças cada vez mais esdrúxulas e extremas no sentido de dar conta de solucionar problemas há tempos cristalizados. E, expostos no sentido de que somos “vitrine”; ou seja, os profissionais que, diante da família, do sistema e dos alunos são os responsáveis pela educação.

Percebam que não especifiquei educação. Foi intencional. Atualmente, (nós, os professores, “ACUMULAMOS FUNÇÕES”; por muitas vezes, quero crer, inconscientemente). Ora somos pais, ora somos irmãos mais velhos, ora psicólogos, ora enfermeiros. Sou contra. Já dizia Paulo Freire “Professora sim, tia não!”. E isso foi dito, escrito e estudado há muito tempo. Contudo, continuamos exercendo múltiplas funções e, por serem tantas as nossas incumbências na resolução das problemáticas educacionais, todas as tarefas são executadas apressada e superficialmente. Logo, os problemas não são solucionados. E, o mais grave, ao nos ocuparmos de funções que pertencem a outras esferas, desviamo-nos do principal foco: ENSINAR COM COMPETÊNCIA.

Quando digo: “ensinar com competência”, me refiro ao aprendizado dos conhecimentos específicos da série em curso; ou seja, se o aluno cursa o quinto ano, ele tem o direito a adquirir conhecimentos desta série e nada menos que isso porque está “atrasado”. Para tanto, temos de estar isentos de outras preocupações, o que não nos exime do comprometimento com o todo, que é o bem estar geral do aluno. Porém, o que predomina é o desvio de foco. O olhar sobre o aprendizado do aluno é encoberto pelo olhar sobre os seus problemas sociais, pessoais e estruturais (o que inclui o fato de não ter sido alfabetizado COM ÊXITO na idade certa, que somente agora, depois de prejudicar milhões de alunos, decidiu-se que é de oito anos de idade!). Haja vista a temática das reuniões pedagógicas e conselhos de classe, onde nos pegamos, a todo o momento, falando dos problemas pessoais do aluno e não das suas expectativas de aprendizagem ou do seu prejuízo de conhecimento.

Tais procedimentos incidem numa série de outros fatores que nos fazem mal. Quando trazemos para nós a responsabilidade que é da família ou do Governo, responsabilidades estas que, obviamente, não damos conta de resolver, consequentemente,  sofremos uma imensa frustração que, não obstante, nos faz adoecer a médio e em longo prazo mental e fisicamente.

Há, no mínimo, três fatores gravíssimos advindos desta abordagem. Primeiramente, há uma boa parcela de professores trabalhando sem condições satisfatórias para tanto.  Em segundo lugar, sempre que assumimos as responsabilidades do Governo e resolvemos problemas que não são nossos, para ele (o sistema) estará tudo bem: “A educação vai bem, obrigada!. E em terceiro lugar, há os professores que já se afastaram da função totalmente sem condições. Pois, por mais que tentassem cumprir suas funções, ao abarcar para si tantas responsabilidades QUE NÃO SÃO SUAS (e que o sistema praticamente nos DOMESTICOU para pensar que isso tem outros nomes bonitos como: COLETIVIDADE, COOPERAÇÃO, SOLIDADRIEDADE etc.), chega um ponto em que a carga é por demais pesada e o cérebro envia a mensagem para o corpo: Não aguento mais!. Afinal, alguém precisa ser racional nesta relação.

Diante destes fatos, ficam alguns alertas: Sou professor e o aluno é minha responsabilidade como aluno; minha incumbência é ensiná-lo a educação formal de modo COMPETENTE e CORTÊS. Ao sistema, cabe fornecer estruturas para tal (número máximo de alunos por sala, dentre uma lista enorme que é parte de outra discussão). À família, cabe a PATERNIDADE RESPONSÁVEL (que, diga-se de passagem, até isso tem escolas que abraçam para si com as oficinas de pais... Gente! A cada um cabe o seu papel pelo amor de Deus! É também por isso que a educação brasileira vai de mal a pior em relação aos demais países... Porque não se coloca um ponto final no “jeitinho brasileiro”...). Cabe ainda à família a educação de um modo geral – aquela que dizem que vem de berço lembram? – para que o professor não passe metade de suas aulas implorando atenção e educação.

Há que se colocar em prática SOLUÇÕES que somente cabem ao Governo: fornecer formação contínua para o professor e,  para tanto, não bastam os horários de trabalho pedagógico realizado na própria escola. O professor tem que ganhar um salário que lhe permita viver com DIGNIDADE trabalhando em uma ÚNICA escola, a tão falada exclusividade; limitar o número de alunos por sala em 25; fornecer aos alunos LIVROS DIDÁTICOS CONSUMÍVEIS: o aluno precisa ter o direito de grifar seu próprio livro, de responder em suas páginas para não perder tempo copiando tudo no caderno, porque o livro precisa pertencer a mais dois alunos depois dele... Isso é pura perda de tempo; sem contar o precário acesso (ou a falta dele) à tecnologia na maioria das escolas. Estas supostas soluções são apenas algumas ações por mim pensadas (há tempos). Sei que se nos juntarmos, encontraremos muitas outras mais criativas e mais eficientes.

Fato é que não pretendo nomear culpados. Mas reafirmar que são muitos os problemas sem soluções e que, invariavelmente, quem responde por isso é o professor. As soluções parecem distantes; muitas promessas e poucas ações; muita mídia “para inglês ver”. Enquanto isso, nós continuamos sofrendo uma TERRÍVEL METAMORFOSE: estamos nos transformando (e, lamentavelmente, muitos de nós já concluiu há tempos o processo de transformação) na deusa DURGA. “(...) Durga é descrita como um aspecto guerreiro da Devi Parvati com 10 braços, que cavalga um leão ou um tigre, carrega armas e assume gestos simbólicos com a mão. Esta forma da Deusa é a encarnação do feminino e da energia criativa. (...)http://pt.wikipedia.org/wiki/Durga (acesso em 10/03/2013).  Escolhi esta deusa justamente pela nossa semelhança física e psicológica com ela. Pensemos; se temos DEZ braços, podemos fazer muito mais coisas ao mesmo tempo (daí o fato de assumirmos responsabilidades de outrem); se somos GUERREIROS - podemos tudo, somos invencíveis... E nem adoeceremos. Imagina que maravilha para as estatísticas do Governo: Todos os professores dando conta de tudo, não sofrendo nenhuma forma de agressão física ou verbal (somos guerreiros, lembram?), não adoecemos, somos deuses; no mínimo, semi deuses...

Enfim, o mais lamentável disso tudo é que, como toda síndrome, ela avança ou regride (dependendo do tratamento e da consciência que se tem dela). E, não raro, num estágio mais avançado da metamorfose, nos esquecemos de “descorporificar” a deusa DURGA e a levamos conosco para casa, para nossa vida social e familiar; o que nos dá a falsa e PERVERSA ideia de que podemos resolver tudo sozinhos. NÃO PODEMOS! PRECISAMOS CUIDAR DE NÓS! PRECISAMOS DE TEMPO PARA NÓS MESMOS, PARA O ÓCIO CRIATIVO. Para, quem sabe assim, desvestir a DURGA e retomar nossa essência que se perde a cada dia. Ah! Ia me esquecendo, os deuses são por demais sérios, caras fechadas... O que me lembra de nossa atual existência: um grande número de professores doentes, entristecidos, cabisbaixos e deixando de VIVER apenas SOBREVIVENDO, acostumados com a apatia e com o descaso das "autoridades" da área educacional. 

sexta-feira, 8 de março de 2013

Direitos Humanos na Educação básica

Por Kássia Rocha


Quando comecei na faculdade, no curso de Letras, a primeira aula foi sobre os Direitos Humanos, no qual, a abordagem deste tema ocorreu de maneira ampla, de como o professor deve conduzir suas aulas (nos parâmetros envolvidos quanto à socialização), preparando um meio sociológico democrático, em sala de aula, que respeite as diferenças nos credos, raciais, físicos mentais, etc.. Claro que, o meu ingressar no caminho da educação, foi essencial assistir e participar de uma aula assim, que explana sobre a importância de se construir pensamentos sociológicos a favor da cidadania e da democracia, pertencentes a cada individuo que está em plena formação de personalidade e construção de saberes, tal como, seus valores individuais, suas práticas e o processo constituinte na visão de mundo.

A Educação básica passa por uma precariedade, quanto ao desenvolvimento educacional dos grupos escolares, em trabalhar o direito igualitário de cada aluno, e na falta de informatizar (por despreparação da escola) e considerar os problemas reais entre os grupos, nas relações que percorrem entre eles, do respeito às diferenças, a integridade que deve ser constantemente laborativa no cotidiano escolar. Isto, também se deve ao desinteresse do governo em instruir, informar e divulgar temas problemáticos em nossa sociedade, com uma frequência diária e campanhas necessárias para o conhecimento dos direitos humanos. Temos uma política pitoresca quanto aos valores fundamentais, à preocupação de sanciona-los, para um país que é variável, tanto em religião como em costumes. Com isso ressalto que:

“• a educação básica, como um primeiro momento do processo educativo ao longo de toda a vida, é um direito social inalienável da pessoa humana e dos grupos socioculturais;

• a educação básica exige a promoção de políticas públicas que garantam a sua qualidade;

• a construção de uma cultura de direitos humanos é de especial importância em todos os espaços sociais. A escola tem um papel fundamental na construção dessa cultura, contribuindo na formação de sujeitos de direito, mentalidades e identidades individuais e coletivas;

• a educação em direitos humanos, sobretudo no âmbito escolar, deve ser concebida de forma articulada ao combate do racismo, sexismo, discriminação social, cultural, religiosa e outras formas de discriminação presentes na sociedade brasileira;

• a promoção da educação intercultural e de diálogo inter-religioso constitui componente inerente à educação em direitos humanos;

• a educação em direitos humanos deve ser um dos eixos norteadores da educação básica e permear todo o currículo, não devendo ser reduzida à disciplina ou à área curricular específica.”

Fonte: http://www.uasb.edu.ec/UserFiles/369/File/PDF/CentrodeReferencia/Temasdeanalisis2/educacionenyparalosderechoshumanos/documentos/planesnacionales/plandeeducacionendhbrasil.pdf

 
No meio educacional básico, cabe ao professor elaborar os tipos de relações interpessoais, o currículo profissional, para que, por exemplo, possamos lidar com as crianças especiais, e com as necessidades ocorrentes no campo estudantil. O papel que a escola possui também é importante, primordial, sendo este espaço não só da educação, mas respeito aos direitos e deveres. Então, é fundamental a escola ter a informação em meio aos gestores, educadores e profissionais, sob a formação dos conselhos escolares, na fase e processo de formação dos alunos. São necessários materiais didáticos que envolvam várias linguagens, nos níveis de desenvolvimento moral, cognitivo e no desenvolvimento geral da criança e do adolescente. 

>> Cartilha Ziraldo

quinta-feira, 7 de março de 2013

AULA DE ECONOMIA

Por Mari Monteiro
Um professor de economia em uma universidade americana disse que nunca havia reprovado um só aluno, até que certa vez reprovou uma classe inteira.

Esta classe em particular havia insistido que o socialismo realmente funcionava: com um governo assistencialista intermediando a riqueza ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e justo.

O professor então disse, "Ok, vamos fazer um experimento socialista nesta classe. Ao invés de dinheiro, usaremos suas notas nas provas." Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe, e, portanto seriam 'justas'. Todos receberão as mesmas notas, o que significa que em teoria ninguém será reprovado, assim como também ninguém receberá um "A".

Depois de calculada a média da primeira prova todos receberam "B". Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado.

Quando a segunda prova foi aplicada, os preguiçosos estudaram ainda menos - eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma. Já aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que eles também se aproveitariam do trem da alegria das notas. Como um resultado, a segunda média das provas foi "D". Ninguém gostou.

Depois da terceira prova, a média geral foi um "F". As notas não voltaram a patamares mais altos, mas as desavenças entre os alunos, buscas por culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela classe. A busca por 'justiça' dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma. No final das contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar o resto da sala. Portanto, todos os alunos repetiram aquela disciplina... Para sua total surpresa.

O professor explicou: "o experimento socialista falhou porque quando a recompensa é grande o esforço pelo sucesso individual é grande. Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros para dar aos que não batalharam por elas, então ninguém mais vai tentar ou querer fazer seu melhor. Tão simples quanto isso."

1. Você não pode levar o mais pobre à prosperidade apenas tirando a prosperidade do mais rico;
2. Para cada um recebendo sem ter de trabalhar, há uma pessoa trabalhando sem receber;
3. O governo não consegue dar nada a ninguém sem que tenha tomado de outra pessoa;
4. Ao contrário do conhecimento, é impossível multiplicar a riqueza tentando dividi-la;
5. Quando metade da população entende a ideia de que não precisa trabalhar, pois a outra metade da população irá sustentá-la, e quando esta outra metade entende que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade, então chegamos ao começo do fim de uma nação.

Fonte: Mídia Publicitária – Contribuição Danns Ohm (Obrigadíssima)

 


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