POR MARI MONTEIRO
EDUCAR É, ANTES, SENTIR... E TODOS SÃO CAPAZES DISSO.
quinta-feira, 29 de outubro de 2015
SETE MOTIVOS PARA DEIXAR DE SER PROFESSOR (SEVEN REASONS TO BE TEACHER LEAVE)
Precisamos
reaprender a falar; olhar nos olhos; tratar o outros com POLIDEZ. Nesse
sentido, cabe à educação formal dar o exemplo; justamente a educação formal,
local onde enxergo mais falta de educação, muito provavelmente, devido ao fato
de a escola não fazer o que é mais que seu dever: HUMANIZAR AS RELAÇÕES. O papel do professor, “hoje”, não é outro
senão HUMANIZAR A EDUCAÇÃO. Como? Através; sobretudo, do diálogo. Ocorre que o
professor também está desaprendendo a dialogar (e, quando uso o verbo no
gerúndio, estou sendo otimista demais). Isso é muito triste. Estamos perdendo e
EMPOBRECENDO nossa principal ferramenta de trabalho: a fala. E, quando digo “a
fala”, refiro-me a fala que cala quando é preciso ouvir; outra atitude escassa
na educação; tanto nas relações professor-aluno como aluno-aluno e em todas as
outras.
Ainda sobre
a fala, sou um tanto radical quanto à forma de falar do professor NO CONTEXTO
ESCOLAR. Não quero dizer aqui que está permitido ao professor SER BIPOLAR.
Explico. Na minha casa, meus familiares não têm, por exemplo, a menor obrigação
de falar corretamente, de fazer uso da linguagem formal. E, quando estou com
eles ou com amigos em situações informais , me permito falar sem a preocupação
com a formalidade da língua culta. A propósito, certa vez, alguém me disse que
a Língua Portuguesa (como todo idioma) é como um grande guarda roupas, repleto de opções para todas
as ocasiões e para os diferentes “encontros”; então eu o abro e escolho um traje formal quando frequento um
local que exige formalidade; escolho um
traje esportivo se vou à academia e
assim por diante. Logo, se vou à escola, que é, a priori, um AMBIENTE FORMAL,
devo me vestir adequadamente, o que equivale dizer que o PROFESSOR TEM A
OBRIGAÇÃO DE FALAR CORRETAMENTE.
Sempre que
converso sobre a necessidade de falar corretamente em sala de aula, não
raramente, ouço críticas ferrenhas. As quais eu rebato sem o menor problema,
pautada no argumento de que, muito provavelmente, a sala de aula e o “modo de
falar do professor” seja o ÚNICO REFERENCIAL de comunicação que o aluno terá.
Quais são os outros? Talvez nenhum.
Reparem que
ainda não fiz alusão alguma à questão salarial ou à valorização profissional. Ouço
professores justificarem suas práticas pedagógicas nada dignas com argumentos
como: “NÃO GANHO PRA ISSO!”; “A GENTE FAZ DE TUDO E NINGUÉM DÁ VALOR!”. Se estes
argumentos são válidos ou não, é uma questão de perspectiva. Porque, desde que
presto um concurso ou me inscrevo para a função docente, estou ciente do
salário. A questão da valorização é ainda mais relativa. Há gestores,
comunidades e familiares que valorizam seus profissionais; outros, não. Logo, devemos ponderar sobre alguns aspectos:
- se a
qualidade da minha prática está diretamente associada ao salário que aceitei,
DEVO FAZER POR MERECÊ-LO, atuando de forma ética e responsável;
- se o nível
da qualidade da minha prática DEPENDE DA VALORIZAÇÃO por parte da Gestão
escolar, dos familiares e dos meus pares, consequentemente, minha prática
oscilará de acordo com os elogios que poderei ou não receber.
Isso
demonstra o quão somos frágeis ou nos tornamos frágeis em relação à função
docente. É preciso ter muita vontade e responsabilidade social para CONTINUAR
DOCENTE. Entendo que há muitos problemas e obstáculos profissionais e pessoais
enfrentados por nós, professores; mas entendo também que o “adulto” da relação,
teoricamente, somos nós; principalmente, no sentido de possuir mais vivência que
o aluno. Daí nossa responsabilidade e DISCERNIMENTO para sentir quando não dá
mais; quando já ultrapassamos nossos limites de CIVILIDADE. E, uma vez,
constatado isso, é UM CRIME CONTINUAR EM SALA DE AULA.
Sempre que escrevo
um artigo sobre prática docente tenho a sensação de “Déjà vu” ou de “mais do mesmo”. É uma
temática clichê? Sim. E é justamente isso que me instiga a deixar alguns questionamentos:
1 – Uma vez
que já se falou, estudou e falou tanto dobre as questões que envolvem as relações
pedagógicas levando o tema, praticamente à exaustão, POR QUE AS “COISAS” NÃO
MUDAM?
2 – Por que
ainda ouço tantos GRITOS em sala de aula? Ouço expressões como: “Cala boca
vocês dois!”; Não estou falando com você! Que saco!”“; “Não tem mãe não
moleque?”... Tem muito mais... Fica pra outra vez!
3- Por que
boa parte dos professores tem dificuldades de argumentar (tanto oralmente como
por escrito):
4 – Por que
a maioria de nós não tem o hábito de ler?
5 – Nos
colocamos no lugar dos alunos; ou seja, conseguimos nos distanciar da “cena” e analisar
nossa CONDUTA PEDAGÓGICA?
6 – Eu gostaria
de ter aulas com um professor com meu perfil?
7 – E,
finalmente, meu questionamento favorito: De que os alunos se lembrarão quando “deixarem” a escola?
domingo, 18 de outubro de 2015
FELICIDADE ESTILO "FAST": UMA DOENÇA SOCIAL (HAPPINESS STYLE "FAST": A SOCIAL DISEASE )
POR MARI MONTEIRO
"(...) Sentimento pegue e pague;
emoção comprada em tablete;
mastigue como chiclete e jogue na sarjeta;
Compre um lote do futuro, cheque para 30 dias;
plano de seguro cobre nossa carência
Eu perdi o paraíso, mas ganhei a inteligência,
demência, felicidade propriedade privada: não se prive, não se prove.
Don't tell m epeace and love
Tome logo um 'Engov' para curar sua ressaca
da modernidade essa armadilha matilha de cães raivosos e assustados
o presente não devolve o troco do passado
Sofrimento não é amargura
Tristeza não é pecado
Lugar de ser feliz não é supermercado. (...)" - (In. Piercing - By Zeca Baleiro)
Ah! A Pressa. A pressa com que nos falamos
(quando nos falamos); com que caminhamos (quando caminhamos); com que escrevemos
(quando não estamos abreviando tudo nas redes); com que lemos (mais de 140
caracteres); com que fazemos amor (fazemos? Amor ou Sexo?); com que conversamos
(conversamos? Ou só falamos com o outro quando nos interessa e sobre “coisas específicas”?).
Tudo tão efêmero.
Diante disso, sempre me questiono: "ESTAMOS VIVENDO OU APENAS SOBREVIVENDO". A impressão que temos é que apenas orbitamos em torno
de pessoas; circunstâncias; objetos; empregos etc. Em nada há profundidade. E
se há, como eu INSISTO QUE HAJA, logo ouço algo assim: “lá vem!”“; “Já vai
filosofar!”. Muito provavelmente, porque tudo é tão superficial; principalmente as relações sociais, é que chegamos onde estamos: EM TODOS OS LUGARES AO
MESMO TEMPO; MAS, EM NENHUM, DE FATO.
Temos os recursos tecnológicos e não fazemos uso de seu potencial para
FIRMAR RELAÇÕES; para tratar de questões mais profundas; para mudar padrões comportamentais...
Só pra ilustrar, tenho um a amiga muito querida no Facebook, pela qual tenho
uma profunda admiração e respeito. Mas,
nunca nos vimos pessoalmente. Dias destes, conversando, ela escreveu: “por que
não nos encontramos; afinal, moramos na mesma cidade?”. Achei isso o máximo!
Claro que topei na hora e ainda propus
que poderíamos promover algo como um “ENCONTRÃO DO FACEBOOK” entre nossos amigos em comum. Seria uma excelente
oportunidade para muita gente se conhecer pessoalmente e CON – VER – SAR , sem pressa, sem uma tela entre nós.
Não me agrada este “AFASTAMENTO” dos outros e
de nós mesmos. A convivência é o que nos torna “mais ricos”, melhores, mais
tolerantes. Só posso aprender com o que é diferente de mim. Só o que for
diferente daquilo que já trago comigo, e que considero positivo, segundo meus
valores e minha ética, é que pode acrescentar algo ao que já sou. NÃO HÁ “MUTAÇÃO
EMOCIONAL; FÍSICA OU SOCIAL”, se me acovardo e não enxergo e nem compreendo o “novo”
e o “diferente”. E isso implica certas doses de sentimentos um tanto escassos entre
nós: tolerância; humildade; gratidão; reconhecimento; compreensão e amor ao próximo.
Como dito na composição "Piercing". de Zeca Baleiro, "(...) o presente não devolve o troco do ; sofrimento não é amargura; tristeza não é pecado - ligar de ser feliz não é supermercado. (...)", vivemos numa onda em que acreditamos ( A - CRE - DI - TA - MOS!) que a felicidade está nas coisas e não nos acontecimentos. E aí, quando quebra uma "coisa" que me me deixou feliz, é simples, compro outra igual ou melhor. DESCARTO E SUBSTITUO. É como se dependêssemos mais das "COISAS" que TEMOS e que podemos comprar do que das SITUAÇÕES que envolvem outras pessoas e podemos vivenciar. Possuir uma coisa é mais importante do que se relacionar com pessoas. Pessoas dão trabalho e coisas não. Nós as compramos e ficam lá sob o nosso poder. Nós temos a ilusão de que tudo está sob nosso controle nos relacionado com coisas ao invés de pessoas.
Essa "condição de vida" me deixa muito triste. Para falar e escrever sobre isso, não há muito como fugir dos clichês. Fato é que gostaria muito que a maioria de nós percebesse o quanto estamos DISTANTES e ISOLADOS uns dos outros; o quanto isso está tornando mais débil nossa vida social. Conheço pessoas que, em algumas circunstâncias (confesso que eu também me sinto assim), sentem-se desconfortáveis em meio a outras pessoas, independente do grau de parentesco ou de amizade; elas não se olham nos olhos, não se sentem à vontade, ficam tensas. E, pior, há um discurso muito forte e que ouço com uma frequência cada vez maior, de que amigos verdadeiros cabem na palma da mão. Meu Deus! Onde estão as pessoas com as quais cresci? Cadê meus parentes queridos (NÃO GOSTO DE TODOS rsrs, mas alguns, eu amo!); Cadê meus pais? Cadê meus irmãos? Cadê meus amigos ( e não colegas) de trabalho?
Acrescento que não considero este nosso comportamento isolador e imbecilizante como resultado apenas do crescente número de relacionamentos apenas virtuais e nem da parafernália que existe pra esse fim. Pois, há muito tempo, Anne Frank escreveu algo como: "Prefiro escrever, porque o papel é mais pacientes que as pessoas." Porém, ainda creio que haja como fazer com que tudo possa acontecer harmoniosamente. Posso ter meus amigos virtuais em todas as redes que eu quiser e posso também CONTROLAR (tipo: sou eu quem decide quando mexer no meu celular e não ele a cada som que emite) para acessar minhas redes, verificar notificações; responder contatos etc.
É NECESSÁRIO E URGENTE DESMATERIALIZAR A FELICIDADE e sair por aí "catando" os fragmentos dos momentos felizes e vivenciando-os imensa e intensamente. Mas, antes, é necessário REEDUCAR e TREINAR nossos sentidos adormecidos e atormentados por tanta informação; por tanta pressa; por tanta cara séria; por tanta gente que tem, mas não É; por tanta culpa que colocam em nossas costas; por tanto falso moralismo... Enfim, vamos "tirar o pé" e fazer as coisas que queremos fazer e não comprar as coias que, supostamente, farão com que sejamos felizes e com que os outros gostem da gente. As pessoas (ao menos eu) criam vínculos afetivos umas com as outras porque se e encontraram e conversaram; porque se tocaram; porque choraram juntas; riram juntas; porque se abraçaram... Porque se PERMITIRAM... Vamos COMPARTILHAR além das Redes, mesmo porque antes de qualquer foto ser postada, aquele momento EXISTIU DE VERDADE; então que a foto seja o retrato fiel de um momento marcante e merecedor de ser eternizado. Pois como diz nando reis, "TORNAR O AMOR REAL EXPULSÁ-LO DE VOCÊ PRA QUE ELE POSSA SER DE ALGUÉM DE ALGUÉM." Em tempo de não perdemos as pessoas que amamos...
terça-feira, 13 de outubro de 2015
E SE A “MARI” FOSSE PRESTAR O ENEM 2015? (WHAT IF "MARI" WERE SUPPLIED The ENEM 2015?)
POR MARI MONTEIRO
Faltam exatos ONZE dias para o ENEM (Exame Nacional do Ensino
Médio). E isso é muito bom dependendo, claro, do ponto de vista. Alguns
acreditam que na reta final é necessário acelerar e “recuperar” o prejuízo, outros
acham que é tempo de revisar conteúdos... E por aí vai. RESPEITO CADA
DECISÃO. Contudo, tenho uma opinião
muito única com relação ao ENEM, VESTIBULARES e CONCURSOS EM GERAL. Penso que o
conteúdo do ENEM e afins é o que estudamos durante, no mínimo, TODO o Ensino
Médio e não aquilo que se aprende em intensivos ou em simulados quando estamos
no 3º ano Médio ou às “vésperas” de realizar as provas.
O conteúdo do ENEM é uma soma dos conteúdos de ensino e das
nossas VIVÊNCIAS. Ou seja, se eu nunca me dediquei durante todo o EM, como
poderei passar numa prova tão abrangente, estudando apenas nos últimos meses? Uma
vez que o ENEM leva em conta a CONTEXTUALIZAÇÃO DOS CONTEÚDOS de ensino, tudo
que foi feito ao longo vida escolar no que se refere à educação formal é somado
à experiência de vida de cada um. Daí a importância de um repertório relevante
e significativo acerca das obras lidas; dos filmes assistidos; das poesias e
das composições ouvidas. Da qualidade deste repertório dependerá; por exemplo,
a QUALIDADE DA REDAÇÃO. Isso porque o que escrevemos está diretamente
relacionado ao “tamanho” do nosso vocabulário; o que equivale afirmar que
QUANTO MAIOR E MAIS REQUINTADO FOR O NOSSO VOCABULÁRIO, maior será a chance de elaborarmos
uma redação que atenda às exigências do ENEM, que inclui a ARGUMENTAÇÃO
ESCRITA. E, obviamente, um bom vocabulário não se constrói em alguns meses, mas,
ao longo de toda uma existência.
Todas as atividades realizadas durante o Ensino Médio e que,
no momento da elaboração, não as consideramos importantes se perdem com o
tempo. Ao contrário, se fizermos tudo com afinco e com DEDICAÇÃO, as atividades
tendem a adquirir uma importância e um “peso” tal, que poderão ser facilmente “pinçadas”
de nossa memória sempre que precisarmos. Aí entra o papel e a POSTURA DO
PROFESSOR DO ENSINO MÉDIO! (Jamais deixaria a responsabilidade de ser aprovado
no ENEM apenas nas “costas” do aluno; “Fifty-fifty”). Cabe ao professor, dentre outras coisas, desenvolver
os conteúdos empregando recursos diversificados como músicas; filmes; imagens etc.;
elaborar atividades que conduzam o aluno à reflexão e à crítica; fazer “links”
entre as informações do dia a dia
(notícias) com a necessidade de
INTERPRETAR as informações veiculadas etc.
Diante disso, suponhamos que eu fosse prestar o ENEM 2015, minha
tática “seria” a seguinte (sempre fiz isso e sempre deu certo! rs):
DESACELERAR; “tirar o pé”; descansar minha mente. Dormir bem antes da prova,
chegar tranquilamente no local, me acomodar da melhor forma possível e PENSAR,
PENSAR E PENSAR! Em que? Em tudo que APRENDI e VIVENCIEI! No caso das questões de
múltipla escolha, na medida em que eu fosse lendo os enunciados, buscaria na
minha mente situações similares. Ao ler cada alternativa, por eliminatórias,
riscaria as alternativas “impossíveis” e reveria atenciosamente as demais para
assinalar a supostamente correta. Se, ainda assim, não conseguisse responder,
iria pra questão seguinte; depois, voltaria revendo as que não estivessem
feitas.
No caso da elaboração da redação, primeiramente, leria os “textos
– base”, que podem ser compostos por fragmentos de artigos de periódicos,
gráficos, HQ, reportagens etc. Em seguida, destacaria a ideia central de cada
item. A partir daí começaria meu rascunho. Escreveria, a princípio, sem me
preocupar com questões ortográficas; mas, sim, focada na articulação entre
minhas idéias e a temática proposta. No primeiro parágrafo faria a apresentação
da proposta/temática da forma mais CONSISTENTE possível (daí a necessidade de
estar plugado (a) nos acontecimentos atuais). Num segundo parágrafo, me
posicionaria em relação à temática e argumentaria a fim de CONVENCER o leitor
de que estou plenamente convicta do que escrevi. E, num terceiro e último parágrafo,
apresentaria uma solução para a temática em questão. Contudo, deveria se tratar
de uma solução VIÁVEL. A redação do ENEM é totalmente pautada em temáticas
reais e atuais que, portanto, requerem soluções praticáveis. Além disso, este
parágrafo é conclusivo e deve dar conta de RETOMAR a ideia central do primeiro
parágrafo e de “fechar” o texto. Finalmente, revisaria CALMAMENTE meu texto e atentaria
para o número de linhas.
Contudo, sabemos que cada um tem um ritmo de aprendizado e, de algum modo, a esta altura, já traçou suas estratégias para obter o melhor resultado possível na provas. Portanto, não estou prestando um “DESSERVIÇO” aos estudantes ou incentivando a “vagabundagem pedagógica” (adoro este termo, logo publicarei um artigo com este título). A questão é que a INCOERÊNCIA é NÍTIDA: ou estudamos sempre (e nunca é o suficiente, aprendemos até a morte...) ou tentamos a sorte. E, se tem uma coisa na qual eu não acredito é na SORTE! Então, FAÇAMOS POR MERECER!
segunda-feira, 5 de outubro de 2015
EDUCAÇÃO E RESPONSABILIDADE SOCIAL: QUARTA CAMPANHA DE DOAÇÃO DE SANGUE DO COLÉGIO EM BUSCA DO SABER (EDUCATION AND SOCIAL RESPONSIBILITY: FOURTH CAMPAIGN COLLEGE OF BLOOD DONATION IN SEARCH OF THE KNOW)
POR MARI MONTEIRO
No último dia 02 de
outubro, o Colégio Em Busca do Saber, localizado à Rua Vitório Veneto n° 952,
Vila Vitória, Mauá e dirigido pela Sra. Marina Mastrangi e coordenado
pelas Professoras Ligia Procópio e Tania Castilho, realizou a QUARTA CAMPANHA DE DOAÇÃO DE SANGUE.
Como moradora do
bairro e; sobretudo, como educadora tive uma grata surpresa ao chegar ao
Colégio para participar da Campanha. Literalmente, a escola – mais, a rua –
BRILHAVA. Eram muitas, cores, pessoas, sorrisos, olhares e abraços que
ACOLHIAM.
E foi exatamente assim que fui recebida: com muito carinho por toda a Equipe Pedagógica do Colégio; bem como, pela Equipe do Centro de Hemoterapia São Lucas. Enquanto aguardava os protocolos para a doação, olhava em volta como uma criança em um parque de diversões (coisas bem “Mari” mesmo, quem me conhece, sabe disso rsrsrs). Encantada! Isso porque imaginava que era primeira vez que o Colégio realizava este evento, imaginem agora que sei que foi a QUARTA!
Minha surpresa era tamanha que cheguei a
comentar com várias pessoas na fila, o quanto eu considerava louvável tal ação.
Isso porque sou professora há 20 anos, atuando tanto nas instâncias privadas, municipais e estadual
e nunca havia me deparado com
uma AÇÃO SOCIAL TÃO SIGNIFICATIVA.
Pensava comigo mesma: ”isso é um gesto de amor ao próximo, que educa mais que
qualquer conteúdo! É ATITUDE. É EXEMPLO para os alunos e para a comunidade.
Preciso divulgar de alguma forma.” E foi assim que tive a honra de publicar
este artigo no meu blog.
Todo o processo de
doação foi memorável, mas há um, em particular, que gostaria de compartilhar
com todos. Dr. Valdir Camillo,
sem dúvida, um dos profissionais da medicina mais humano que conheço, foi o
médico responsável pela triagem dos doadores. Durante a entrevista para a
aprovação do candidato à doação, sem a menor pressa, falava a cada um de nós,
inclusive para mim, palavras dignas de serem compartilhadas. Tentarei aqui,
humildemente, reproduzir o que ouvi:
- Bom dia!
- Bom dia doutor?
- Como vai? Está
bem? (e fez as devidas perguntas de praxe constantes da ficha).
- Sou doadora há
tempo pelo Centro de Hemoterapia São Lucas. Tanto que quando digitaram meu nome
no computador, já apareceram todos os dados.
Ele segurou minha
mão e, olhando fixamente nos meus olhos, disse:
- A senhora faz a
diferença. A senhora tem filhos?
- Sim tenho.
- Qual a idade
dele?
- 32 anos.
- Então a senhora
vai fazer o seguinte; hoje, a senhora vai segurar a mão dele, olhar bem nos
olhos deles, assim como estou fazendo agora, e vai lhe dizer: “Filho, hoje sua
mãe contribui para que uma vida seja salva. Neste momento, é bem provável que
um jovem da sua idade esteja podendo olhar a mãe dele, assim, nos olhos, graças
à ação que pratiquei hoje.”
Jamais me esquecerei
desta conversa. Também não esquecerei que Dr. Valdir Camillo diz isso, de
maneiras diferentes e VERDADEIRAS a cada um dos doadores que passam pela sua
sala. É bem como dizem mesmo: “a boca
fala sobre aquilo que o coração está cheio.”
Desejo que, através
da publicação deste artigo, além de poder ter demonstrado minha imensa gratidão
a todos os envolvidos neste evento realizado pelo Colégio Em Busca Do Saber,
que esta INICIATIVA LOUVÁVEL seja amplamente valorizada e – por que não – realizada
por outras Instituições de Ensino do Município, do Brasil e do Mundo. Tenho certeza de que este evento aconteceu
(pela quarta vez, diga-se), principalmente, porque pessoas SENSATAS E SENSÍVEIS
que trabalham com educação (virtudes raras de ser encontradas juntas) dialogaram
e decidiram que os eventuais obstáculos para a realização de um evento destes
podem e devem ser superados em nome da SOLIDARIEDADE e da RESPONSABILIDADE
SOCIAL!
Enfim, que este
evento seja muito divulgado e lembrado até a QUINTA CAMPANHA que, certamente
não tardará acontecer. Apreciem alguns registros
fotográficos. Vejam as cores; a alegria e a DEVOÇÃO de
TODOS!!!
► Mais uma vez, GRATIDÃO a TODOS e meu mais sincero RECONHECIMENTO!
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