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EDUCAR É, ANTES, SENTIR... E TODOS SÃO CAPAZES DISSO.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

SUICÍDIO: UM ALERTA À EDUCAÇÃO (SUICIDE: A WARNING TO EDUCATION)

POR MARI MONTEIRO





É certo que falar sobre o suicídio ainda enfrenta uma grande resistência na sociedade em geral; assim como, há algumas décadas atrás se evitava falar sobre câncer; DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) e AIDS. O mesmo acontece no ambiente escolar; sobretudo, quando se trata do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio. Somente quando tais assuntos deixaram de ser considerados tabus e passaram a ser discutidos em diversas instâncias, o índice de mortes diminuiu. 




Diante deste contexto, foram pensadas algumas ações que recentemente ganharam espaço na mídia e, consequentemente, espera-se que na educação também. Uma destas ações refere ao chamado “SETEMBRO AMARELO”, denominação associada ao DIA MUNDIAL DE COMBATE AO SUICÍDIO que é dia 10 de setembro.





Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), se este assunto fosse mais ampla e conscientemente abordado 9 em cada 10 suicídios poderiam ser prevenidos.





No Brasil, a iniciativa partiu do CVV (Centro de Valorização da Vida), do CFM (Conselho Federal de Medicina) e da ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria). As primeiras atividades relacionadas ao Setembro Amarelo aconteceram em 2014 concentradas, principalmente, em Brasília. A partir de 2015 o Movimento adquiriu uma maior exposição em todas as regiões do país; mas ainda não suficientes para abrir grandes debates e abordagens e pesquisas mais profundas sobre o tema.


Mundialmente, o IASP (Associação Internacional para Prevenção do Suicídio) estimula a divulgação desta causa e promove diversas ações que também se concentram no mês de setembro; porém trabalha em ações preventivas diversas durante o ano todo. No Brasil, existe a ABEPS (Associação Brasileira de Estudos e Prevenção do Suicídio). Existem outros órgão internacionais que atuam pela causa.

Algumas ações em 2015 incluem a iluminação de monumentos; passeatas; panfletagem; passeios ciclísticos se abordagens em locais públicos.





Caminhada em Blumenau - SC









No Brasil, atualmente, vivemos (muito disso graça são tabu) um aumento das vítimas de suicídio: Segundo as pesquisas, são 32 brasileiros mortos POR DIA. O agravante é justamente a FALTA DE CONVERSA SOBRE O ASSUNTO. É justamente aí que entra a ESCOLA. Juntamente com as Associações voltadas para a causa e através de pesquisas e de estudos e, obviamente, uma MAIOR APROXIMAÇÃO COM OS FAMILIARES DOS ALUNOS, a escola PRECISA abordar o tema. Os alunos devem conhecer aspectos como: principais causas; sintomas etc. Tanto alunos como professores, precisam saber que NÃO ESTÃO SOZINHOS, literalmente.

Contudo, para que isso aconteça, cabe ao professor e já até posso ouvir: “Mais isso para o professor?”; pois, mais de uma vez, aqui mesmo no blog, já defendi o profissionalismo do professor (Leia também o artigo: "O PROFESSOR E A SÍNDROME DA DEUSA DURGA" - http://educandoquem.blogspot.com.br/2013/03/o-professor-e-sindrome-da-deusa-durga.html); ou seja, o fato de sermos muito sobrecarregados de tarefas que não SÃO NOSSAS. Obs. No caso da maioria dos links informados aqui, basta copiar e colar na barra de busca.



O trabalho Interdisciplinar torna-se uma alternativa viável para a temática; pois, além de envolver diversas áreas do conhecimento, nenhum professor se sentirá sobrecarregado já que os colegas de diferentes áreas de ensino estarão envolvidos. 



O mais relevante é o diálogo tanto no ambiente escolar como na família. Este assunto precisa deixar de ser tabu; sobretudo, para que as pessoas (jovens ou adultos) sintam-se “confortáveis” para se abrir com alguém próximo; seja um(a) colega de escola; um professor com o qual tem mais afinidade ou alguém da família. Sendo que tal diálogo deve ser compartilhado entre as partes a prevenção e possível solução do problema possa ser resolvida de modo coletivo; e – o mais importante – a pessoa propensa ao suicídio deve sentir-se ACOLHIDA e não ACUADA.



Um exemplo, até certo ponto comum nas escolas, é a automutilação. Eu mesma já presenciei diversas situações em o(a) adolescente levava materiais cortantes para a escola e, no banheiro, praticava  a automutilação, numa tentativa desesperada de que a “dor psíquica” passasse para o corpo físico e, de alguma forma, se tornasse visível e - mesmo que por poucos instantes – fizesse “esquecer” das dores que somente a pessoas “vê” e sente. E, ao contrário do que a maioria pensa, este tipo de gesto não é para chamar a atenção. Tanto que os cortes são em lugares do corpo onde possam ficar escondidos: braços, coxa, barriga... Sobre isso, deixo este link muito interessante sobre o assunto: http://g1.globo.com/globo-news/estudio-i/videos/t/todos-os-videos/v/escolas-alertam-pais-sobre-a-pratica-de-automutilacao-entre-adolescentes/5167184 
















Enfim, informações sobre o tema não faltam. Há diversos textos e pesquisas que podem tirar todas as dúvidas possíveis. O mais importante é que pais e professores devem estar atentos aos “sintomas” que antecedem o ato suicida. Porém, o que impera é aquela ideia desprezível e clichê de que “QUEM FALA, NÃO FAZ!”... Faz sim! Assim, uma das primeiras coisas a fazer, após observar determinados comportamentos, é OUVIR, dar crédito às histórias de vida de cada um. O que é bem diferente de “dar sermão”. Quem som os nós pra dar sermão? QUEM PODE MENSURAR A DOR DO OUTRO? “Todos têm suas próprias razões.” (Renato Russo).




Mais informações, acesse o link abaixo! Bom trabalho! http://www.setembroamarelo.org.br










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