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EDUCAR É, ANTES, SENTIR... E TODOS SÃO CAPAZES DISSO.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

DOCENTE DECENTE: QUANTOS SOMOS MESMO?

Por Mari Monteiro



Começaram as inscrições para um dos maiores concursos públicos do Estado de São Paulo. Obviamente, será fácil. Aposto como o Governo vai "facilitar". Mesmo porque se ele está ciente da falta de professores na Rede e na DECADÊNCIA da qualidade do ensino, ele não pode exigir muito.

Fato é que SOMOS UMA ESPÉCIE EM EXTINÇÃO! Venho afirmando isso algum tempo. Trabalhando com alunos do Ensino Médio, percebemos as escolhas profissionais. Há tempos, ninguém opta pela carreira de professor. Das duas uma. E ISSO VAI DOER! Ou nós não lhes inspiramos mais (porque a nossa profissão perdeu o glamour e nós o perdemos também!) ou eles estão conscientes do quanto nos desgastamos em troco do que "não haveria preço". 

Que profissional, além do professor leva tanto serviço para casa? O médico, por exemplo leva seus pacientes para operar em casa? Trinta a quarenta alunos por sala; se quiser se manter financeiramente (com o mínimo para sobreviver com decência) terá que dobrar período ou trabalhar em até três ou quatro escolas (de diferentes instâncias)...

Consigo pensar numa série de pseudônimos para os professores:Professor - Zumbi (não ouve e nem fala); Professor -solitário (passa finais de semana a fio corrigindo ou preparando atividades); Professor - Hóspede (vai em casa só para dormir); Professor - deixa quieto ( indiferente, empurra com a barriga); Professor Moralmente Doente, = angústia; peso nas costas; dores nos braços e nas mãos; dores de cabeça diárias; insônia; sensação de impotência; medo; fortes presságios sombrios sobre o futuro da educação e, antagonicamente, persistência; otimismo e desejo de mudança.

Vai encarar o concurso? Se vai, te desejo uma excelente prova. Se não vai... Bem, você deve possuir OPÇÕES MELHORES. Quanto a mim, já sofro de todos os "MALES" acima. Então, que venha o futuro. Da educação? Não. Da EXTINÇÃO DA PROFISSÃO DOCENTE DECENTE! Em breve, seremos poucos. Muito poucos e aí sim, vão ter que nos VALORIZAR!

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