POR MARI MONTEIRO
Enfim, me debruço mais uma vez sobre
este tema: a influência da música no comportamento humano. Não sei vocês, mas eu preciso sempre de um “gatilho”
para teletransportar minhas ideias para o papel. E com este texto não foi diferente. Já havia
ouvido falar sobre uma nova “LETRA” de funk com o refrão: “ Meu pau te ama”. Até então, tanto faz... Não
é o tipo de música que eu curto e sem preconceitos! Mas, eis que me vi - acidentalmente – na passagem de ano num “FLUXO”.
Erramos o caminho para a praia em que veríamos a queima de fogos. E tocava o que? “Meu pau te ama”... E foi a
visão do inferno!!! Carros fecham as ruas, com os porta malas abertos e “fazem o baile funk” ali mesmo, sem
censura... Eu quero dizer SEM CENSURA MESMO!
Ai não deu – ou melhor – “DEU RUIM PRA MIM”. Fiquei com
aquelas cenas encalacradas na cabeça me atazanando o juízo. Puritana eu?
Imagina! Muito pelo contrário. Preconceituosa? Já não sei mais. Confesso que
preciso rever meus conceitos, porque se considerar o significado literal da
palavra preconceito como: qualquer opinião ou sentimento concebido sem
exame crítico, NÃO sou preconceituosa, porque não estou me
posicionando antes de examinar o conceito e, a propósito e contragosto, também
o contexto.
Isso me faz pensar que
estou selecionando demais as palavras para escrever este texto.
Inclusive, no título, consta uma “advertência” proibindo a leitura por
menores... Santa ingenuidade! A maioria dos jovens que estavam no tal fluxo
eram menores de dezoito anos; assim como, os MC's que cantam...
Minha curiosidade foi tanta que pesquisei e, em muitos sites de
letras de música, consta: "MEU PAI TE AMA!” como refrão e “DEU ONDA” como nome da
música. Pensei: “Oh! Nem tudo está perdido, o compositor, não fez por mal”. O
povo é que está “maldando” e mudando a letra só pra sacanear.” Mas, quando li a letra
toda... Realmente, é ruim demais. Mesmo sendo o pai, a mãe, o tio, a família
toda que ame quem quiser. A letra é ruim de verdade. E não contente em ler a
letra, também assisti às várias versões do clipe; disponíveis no youtube. Pensando bem, vou compartilhar com
vocês. Nunca fui egoísta!
Depois disso, não me restou qualquer dúvida! Meu pau te ama
é dito sim na música. E eis que veio
todo o “Fluxo” novamente assombrar meus pensamentos. Não estou exagerando e nem
sendo crítica a um único estilo musical; mas sou educadora e considero a música
uma das formas mais atraentes de educar PESSOAS E COMPORTAMENTOS. Portanto, sei
do poder das letras e dos ritmos. A música
tem o poder de nos transportar pra longe e de nos transformar em pessoas
melhores. E é justamente aí que reside minha (digamos) preocupação. Acreditem, conheço a maioria dos gêneros musicais, meu filho é um excelente músico, o que não me obriga a gostar de todos; mas me fornece um respaldo
e certo parâmetro para discutir o assunto.
E nas cenas que vi – ao vivo e em cores – ela (a música) também
estava transportando e transformando os jovens que ali estavam. Sexo rolando sem o menor pudor, sem tomar conhecimento sobre as famílias que
ali estavam passando com seus filhos... Não sei até que ponto essas cenas podem
influenciar as crianças e adolescentes que “só” viram o fluxo. Mas, certamente,
influencia num grau preocupante os jovens e adolescentes que participaram (e
participam) do fluxo. Muito menos sei o nome que se dá a esse ritmo, porque funk , aquele que não
precisava de palavrão para “mexer” com a gente não pode ser. Chega a ser uma ofensa às raízes do funk... Como James Brown; por
exemplo, que em “SEX MACHINE”, também insinuava cenas de sexo; mas com uma sutileza que não nos agredia. E, pra não dizerem
que estou gringa demais, Claudinho e Bochecha
também eram bons funkeiros...
Como cada geração é influenciada e “formada” por uma série
de fatores; inclusive, pela música, fiquei com medo daquela geração... Medo de
que eles fiquem bitolados ouvindo APENAS estes tipos de letras. Ou seja, sem
ter um contrapeso pra equilibrar, que seriam outros ritmos, outra letra...
Enfim, temo que eles possam ficar presos
no limbo do fluxo e se tornem, literalmente, filhos do fluxo.
E, como ainda estou
trabalhando na limpeza das cenas do fluxo na minha mente, convido a todos para ver ou rever comigo um
pouco de funk “do bom”, ao menos segundo minha opinião e com todo respeito a
dos outros, claro!... Mesmo aqueles que acompanham o fluxo
em direção a não sei o quê.
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