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EDUCAR É, ANTES, SENTIR... E TODOS SÃO CAPAZES DISSO.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

CRIANÇAS ASSASSINAS: VONTADE DE DESACREDITAR

POR MARI MONTEIRO



Desde já, aviso: não me sinto confortável para falar ou escrever sobre este assunto. Creio que ninguém se sente. E não é um desconforto qualquer. Ele afeta profundamente nossa alma e nossas perspectivas de futuro. O fato referente ao POSSÍVEL crime, seguido de suicídio, cometido pelo garoto Marcelo Pesseghini é “surpreendente” para nós, brasileiros. Mas, não é tão raro assim em outros países, como o caso a seguir:

O caso Joshua Phillips (EUA):



O que começou como uma simples faxina terminou com a condenação de um rapaz de 14 anos chamado Joshua Phillips. Sua mãe foi limpar seu quarto uma manhã após Phillips ter ido para a escola.

Foi quando ela percebeu uma mancha molhada debaixo da cama de seu filho e pensou que era um vazamento de cano. Ela colocou a mão debaixo da cama e sentiu algo frio.

Ligou uma lanterna que lhe mostrou o cadáver de Maddie Clifton, um vizinho de oito anos de idade, que havia desaparecido há sete dias.

Pessoas da comunidade, especialmente pais do menino, mal podiam acreditar que ele poderia ter matado Clifton. Phillips inclusive foi um dos vizinhos que se ofereceram para procurar a menina desaparecida.

Como ele era menor de 16, Phillips não foi classificado para a pena de morte. Ele foi condenado e sentenciado à prisão perpétua, sem possibilidade de libertação. Phillips não disse quais foram seus motivos para matar Clifton.

Ele disse que acidentalmente atingiu-a nos olhos com um taco de baseball, e depois a arrastou para o quarto onde ele esfaqueou-a, mas o júri não se convenceu sua história.

A foto tirada de Joshua Phillips na prisão em 2008, 10 anos após o 

assassinato, neste ano, com 24 anos de idade.



Por outro lado, acredito que qualquer pessoa; sobretudo pais e educadores, deve acompanhar e refletir sobre o referido fato. E, caso se consolide esta triste e, em minha opinião, MACABRA hipótese, temos não apenas o dever, mas a OBRIGAÇÃO de refletir sobre isso e dedicar-se a uma ação, por menor que seja junto a estudantes do Ensino médio e aos pais. Impossível, continuar os PROGRAMAS CURRICULARES passando “batido” por uma questão que comoveu não apenas o país, mas o mundo. Não fazer nada é omissão e omissão e CONIVÊNCIA.

Por ora, o que fica é a esperança de que toda esta estratégica ação não tenha sido  minuciosamente planejada e executada por um menino de treze anos. Ficam também alguns questionamentos:

- o quão próximo está qualquer um de nós de um fato assim?
- o que se passa na mente de nossos filhos, irmãos mais novos, sobrinhos e alunos?
- qual é a “história” desta família?
- como nos relacionamos com as crianças e os jovens em geral?
- Quais são os ANSEIOS e as FRUSTRAÇÕES das crianças e dos adolescentes nessa sociedade volátil?
- de que modo a criança e o jovem encara o caso?

Enfim, consolidando ou não a pior das hipóteses, devemos nos debruçar sobre nós mesmos e sobre nossos DIÁLOGOS com as crianças e com os jovens.  Quanto de nós temos lhes oferecido em termos de TEMPO, de AFETIVIDADE, de “OLHOS NOS OLHOS” e de CUMPLICIDADE? E eu sempre, para variar, querendo encontrar e “tratar” as CAUSAS, mesmo porque, as CONSEQUÊNCIAS SÃO IMUTÁVEIS. Ninguém os trará de volta à vida, mas é possível evitar que isso abra precedentes...












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