POR MARI MONTEIRO
Desde já, aviso: não me sinto confortável para falar ou
escrever sobre este assunto. Creio que ninguém se sente. E não é um desconforto
qualquer. Ele afeta profundamente nossa alma e nossas perspectivas de futuro. O
fato referente ao POSSÍVEL crime, seguido de suicídio, cometido pelo garoto Marcelo Pesseghini é “surpreendente”
para nós, brasileiros. Mas, não é tão raro assim em outros países, como o caso a
seguir:
O caso Joshua
Phillips (EUA):
O que começou como uma simples faxina terminou com a condenação de um rapaz de
14 anos chamado Joshua Phillips. Sua mãe foi limpar seu quarto uma manhã após
Phillips ter ido para a escola.
Foi quando ela percebeu uma mancha molhada debaixo da cama de seu filho e pensou que era um vazamento de cano. Ela colocou a mão debaixo da cama e sentiu algo frio.
Ligou uma lanterna que lhe mostrou o cadáver de Maddie Clifton, um vizinho de oito anos de idade, que havia desaparecido há sete dias.
Pessoas da comunidade, especialmente pais do menino, mal podiam acreditar que ele poderia ter matado Clifton. Phillips inclusive foi um dos vizinhos que se ofereceram para procurar a menina desaparecida.
Como ele era menor de 16, Phillips não foi classificado para a pena de morte. Ele foi condenado e sentenciado à prisão perpétua, sem possibilidade de libertação. Phillips não disse quais foram seus motivos para matar Clifton.
Ele disse que acidentalmente atingiu-a nos olhos com um taco de baseball, e depois a arrastou para o quarto onde ele esfaqueou-a, mas o júri não se convenceu sua história.
assassinato, neste ano, com 24 anos de idade.
(Veja mais em http://www.inerte.com.br/2013/05/10-casos-de-criancas-assassinas.html
- acesso em 07/08/2013)
Por outro lado, acredito que qualquer pessoa; sobretudo pais
e educadores, deve acompanhar e refletir sobre o referido fato. E, caso se
consolide esta triste e, em minha opinião, MACABRA hipótese, temos não apenas o
dever, mas a OBRIGAÇÃO de refletir sobre isso e dedicar-se a uma ação, por
menor que seja junto a estudantes do Ensino médio e aos pais. Impossível,
continuar os PROGRAMAS CURRICULARES passando “batido” por uma questão que
comoveu não apenas o país, mas o mundo. Não fazer nada é omissão e omissão e
CONIVÊNCIA.
Por ora, o que fica é a esperança de que toda esta
estratégica ação não tenha sido minuciosamente
planejada e executada por um menino de treze anos. Ficam também alguns
questionamentos:
- o quão próximo está qualquer um de nós de um fato assim?
- o que se passa na mente de nossos filhos, irmãos mais
novos, sobrinhos e alunos?
- qual é a “história” desta família?
- como nos relacionamos com as crianças e os jovens em
geral?
- Quais são os ANSEIOS e as FRUSTRAÇÕES das crianças e dos
adolescentes nessa sociedade volátil?
- de que modo a criança e o jovem encara o caso?
Enfim, consolidando ou não a pior das hipóteses, devemos nos debruçar sobre nós
mesmos e sobre nossos DIÁLOGOS com as crianças e com os jovens. Quanto de nós temos lhes oferecido em termos
de TEMPO, de AFETIVIDADE, de “OLHOS NOS OLHOS” e de CUMPLICIDADE? E eu sempre,
para variar, querendo encontrar e “tratar” as CAUSAS, mesmo porque, as
CONSEQUÊNCIAS SÃO IMUTÁVEIS. Ninguém os trará de volta à vida, mas é possível
evitar que isso abra precedentes...
Nenhum comentário:
Postar um comentário