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EDUCAR É, ANTES, SENTIR... E TODOS SÃO CAPAZES DISSO.

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

ÀS PORTAS DO ENEM II - DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA

POR MARI MONTEIRO




Além de todas as orientações mencionadas acima, a LEITURA é imprescindível; assim como, o acompanhamento de noticias e de documentários de boa qualidade. Tais procedimentos são de grande valia, não apenas para a elaboração de uma boa DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA, mas para o entendimento e interpretação dos enunciados das questões. 

Vários leitores nos enviam mensagens desesperadas nas quais afirmam não saber como começar e/ou como desenvolver uma dissertação-argumentativa, o tipo textual exigido pelo Enem e pela maioria dos vestibulares e concursos brasileiros. Muitas vezes, são mensagens genéricas, ou seja, que não especificam as reais dificuldades destes leitores e, deste modo, infelizmente, fica muito difícil de orientarmos da melhor maneira possível. Além disso, como não conhecemos a vida escolar destas pessoas, é até irresponsabilidade darmos palpites individuais. Porém, podemos passar algumas dicas e orientações para aqueles que estão na situação descrita acima a fim de ajudá-los a iniciar e a desenvolver uma dissertação-argumentativa.


A primeira e a principal dica é ter o maior contato possível com a leitura e com a escrita, tanto na escola quanto fora dela, em casa, no trabalho etc. Esta aproximação deve transformar-se em hábito e deve, acima de tudo, ter qualidade. O repertório do candidato é essencial para cumprir a prova de redação do Enem e dos demais vestibulares e também para a vida. Pensar que obter a nota mínima, de corte, apenas para passar é mediocridade, já que a língua e a linguagem estão em nossas vidas antes de nascermos e continuarão até morrermos.
Devemos ler o que os professores pedem, pois este conteúdo faz parte do cânone literário brasileiro, português e mundial, em alguns casos, mas também devemos ler (e a escola deve incentivar) o que gostamos, como por exemplo, histórias em quadrinhos, charges, gêneros literários diversos, além dos veículos de informação como jornais e revistas.
A segunda dica é uma extensão da primeira: devemos ter o hábito de escrever, não só o de ler. A escola deve colocar os alunos em contato não apenas com os tipos textuais, mas também com os mais diversos gêneros. Obviamente não há tempo hábil para apresentar todos os gêneros, mas os que fazem parte do nosso dia a dia e os que circulam nas principais esferas de circulação social devem ser ensinados e aprendidos nas escolas.
Para os candidatos ao Enem e aos demais vestibulares, a orientação é escrever, pelo menos, uma redação por semana, alternando momentos de escrita como estudo, sem delimitar o tempo, com momentos de treino simulado, isto é, controlando o tempo como se fosse o momento da prova.
A terceira dica é mais prática. Salientamos, no entanto, que não há fórmulas ou receitas mágicas, mas há estratégias para começar e desenvolver a tese de uma dissertação-argumentativa. Há seis passos que podem ser dados no momento de rascunhar, de planejar as redações deste tipo textual; são eles:

- Interrogue o tema;
- Responda com a opinião;
- Justifique com o argumento principal;
-  Fundamente-o com os argumentos auxiliares;
- Apresente as estratégias argumentativas;
- Apresente a proposta de intervenção social e conclua.
Ao lermos a proposta de redação do Enem, por exemplo, já sabemos de antemão que o tema possui cunho social e isso já é uma vantagem, pois nos demais vestibulares nem este viés sabemos antes de conhecermos a prova.
No rascunho, interrogue o tema, isto é, transforme-o em pergunta e questione-se acerca do mesmo e, em seguida, responda-a com a sua opinião. O próximo passo é justificar esta resposta com um argumento principal que, no fim das contas, será a sua tese. O quarto passo é fundamentá-la com os argumentos auxiliares, ou seja, com as estratégias argumentativas, o que já é o quinto passo. O sexto e último é apresentar a proposta de intervenção social.
Podemos perceber que esta estratégia, além de organizar e planejar a progressão temática da dissertação-argumentativa, faz o mesmo com a estrutura da mesma. O primeiro e o segundo passos dizem respeito à introdução; o terceiro trata-se do segundo parágrafo; o quarto e o quinto passos, respectivamente, dos terceiros e quartos parágrafos e o sexto passo, finalmente, diz respeito à conclusão.
(FONTE: CAMILA DALLA POZZA PEREIRA é graduada e mestranda em Letras/Português pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Atualmente trabalha na área da Educação exercendo funções relacionadas ao ensino de Língua Portuguesa, Literatura e Redação. Foi corretora de redação em em importantes universidades públicas. Além disso, também participou de avaliações e produções de vários materiais didáticos, inclusive prestando serviço ao Ministério da Educação (MEC). )

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