POR MARI MONTEIRO
Além de todas as orientações mencionadas acima, a LEITURA é imprescindível; assim como, o acompanhamento de noticias e de documentários de boa qualidade. Tais procedimentos são de grande valia, não apenas para a elaboração de uma boa DISSERTAÇÃO ARGUMENTATIVA, mas para o entendimento e interpretação dos enunciados das questões.
Vários leitores nos enviam mensagens desesperadas nas quais afirmam não saber como começar e/ou como desenvolver uma dissertação-argumentativa, o tipo textual exigido pelo Enem e pela maioria dos vestibulares e concursos brasileiros. Muitas vezes, são mensagens genéricas, ou seja, que não especificam as reais dificuldades destes leitores e, deste modo, infelizmente, fica muito difícil de orientarmos da melhor maneira possível. Além disso, como não conhecemos a vida escolar destas pessoas, é até irresponsabilidade darmos palpites individuais. Porém, podemos passar algumas dicas e orientações para aqueles que estão na situação descrita acima a fim de ajudá-los a iniciar e a desenvolver uma dissertação-argumentativa.
A primeira e a principal dica
é ter o maior contato possível com a leitura e com a escrita, tanto na escola
quanto fora dela, em casa, no trabalho etc. Esta aproximação deve
transformar-se em hábito e deve, acima de tudo, ter qualidade. O repertório do
candidato é essencial para cumprir a prova de redação do Enem e dos demais
vestibulares e também para a vida. Pensar que obter a nota mínima, de corte,
apenas para passar é mediocridade, já que a língua e a linguagem estão em
nossas vidas antes de nascermos e continuarão até morrermos.
Devemos ler o que os
professores pedem, pois este conteúdo faz parte do cânone literário brasileiro,
português e mundial, em alguns casos, mas também devemos ler (e a escola deve
incentivar) o que gostamos, como por exemplo, histórias em quadrinhos, charges,
gêneros literários diversos, além dos veículos de informação como jornais e
revistas.
A segunda dica é uma extensão
da primeira: devemos ter o hábito de escrever, não só o de ler. A escola deve
colocar os alunos em contato não apenas com os tipos textuais, mas também com
os mais diversos gêneros. Obviamente não há tempo hábil para apresentar todos
os gêneros, mas os que fazem parte do nosso dia a dia e os que circulam nas
principais esferas de circulação social devem ser ensinados e aprendidos nas
escolas.
Para os candidatos ao Enem e
aos demais vestibulares, a orientação é escrever, pelo menos, uma redação por
semana, alternando momentos de escrita como estudo, sem delimitar o tempo, com
momentos de treino simulado, isto é, controlando o tempo como se fosse o
momento da prova.
A terceira dica é mais
prática. Salientamos, no entanto, que não há fórmulas ou receitas mágicas, mas
há estratégias para começar e desenvolver a tese de uma dissertação-argumentativa.
Há seis passos que podem ser dados no momento de rascunhar, de planejar as
redações deste tipo textual; são eles:
- Interrogue o tema;
- Responda com a opinião;
- Justifique com o
argumento principal;
- Fundamente-o com os argumentos
auxiliares;
- Apresente as estratégias
argumentativas;
- Apresente a proposta de
intervenção social e conclua.
Ao lermos a proposta de
redação do Enem, por exemplo, já sabemos de antemão que o tema possui cunho
social e isso já é uma vantagem, pois nos demais vestibulares nem este viés
sabemos antes de conhecermos a prova.
No rascunho, interrogue o
tema, isto é, transforme-o em pergunta e questione-se acerca do mesmo e, em
seguida, responda-a com a sua opinião. O próximo passo é justificar esta resposta
com um argumento principal que, no fim das contas, será a sua tese. O quarto
passo é fundamentá-la com os argumentos auxiliares, ou seja, com as estratégias
argumentativas, o que já é o quinto passo. O sexto e último é apresentar a
proposta de intervenção social.
Podemos perceber que esta
estratégia, além de organizar e planejar a progressão temática da
dissertação-argumentativa, faz o mesmo com a estrutura da mesma. O
primeiro e o segundo passos dizem respeito à introdução; o terceiro trata-se do
segundo parágrafo; o quarto e o quinto passos, respectivamente, dos terceiros e
quartos parágrafos e o sexto passo, finalmente, diz respeito à conclusão.
(FONTE: CAMILA DALLA
POZZA PEREIRA é graduada e mestranda em Letras/Português
pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Atualmente trabalha na área
da Educação exercendo funções relacionadas ao ensino de Língua Portuguesa,
Literatura e Redação. Foi corretora de redação em em importantes universidades
públicas. Além disso, também participou de avaliações e produções de vários
materiais didáticos, inclusive prestando serviço ao Ministério da Educação
(MEC). )
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