POR MARI MONTEIRO
Por que tentar mascarar mais uma vez o tédio e a insatisfação
de voltar às aulas depois das Férias/recesso. A CULPA não é sua e nem minha.
Quem se animaria para retornar a um trabalho que causa toda sorte de
desgaste? Mas aí somos assombrados pelo nosso “complexo de “seiláoque” e pensamos assim: “Nossa! Não
posso reclamar! Quanta gente desempregada!”
O agravante é que -
ao pensar assim – sentimos culpa! E isso nos faz mal. Sou professora. Trabalho
com educação há mais de vinte anos... E me sinto assim também. Tudo é muito
complexo. Porque gostamos de verdade do nosso trabalho; mas, não podemos negar
o quão difícil e INSALUBRE ele é.
Prova disso é a quantidade de posts circulando nas redes
sociais lamentando a volta às aulas. Com milhares de likes em páginas do Face
e; sobretudo, nas timelines dos professores. Posts como estes...
Não que esse artigo possa solucionar nosso “mal estar”; mas
é bom relembrarmos (porque lá no fundo a gente sempre soube – mas, ô raça
dissimulada é a nossa!) de uma série de motivos que constituem a causa do nosso
“DESÂNIMO”, pra dizer o mínimo:
- insegurança: causada por diversos aspectos que voa desde a
atribuição de aulas até os inúmeros decretos assinados “na calada da noite” e
que nunca vêm com boas notícias;
- especificamente este ano, a notícia de um número maior de
classes sendo fechadas assombra a todos;
- a constante “surpresa” quanto ao número de alunos por sala
e pelo “perfil e grau” de aprendizado no que diz respeito aos requisitos
básicos para a série em curso: “SERÁ QUE TRABALHAREI COM UM QUINTO ANO MESMO? OU TEREI QUE RETOMAR OS CONTEÚDOS DE TERCEIRO ANO?”
- e o salário? É o outro ponto que me irrita. Pois, ao mesmo
tempo em que sabemos que é injusto,
convivemos com falas e com dilemas assim: “Mas professor ganha bem. Trabalha
poucas horas e recebe igual a um trabalhador que cumpre oito horas de
trabalho!” Gente, o infeliz que trabalha horas a mais é que ganha muito mal também!
Poderia continuar esta lista, porém confesso que a cada item
descrito me torno irada e depressiva. E, pior, só entende isso QUEM ESTÁ NO MEIO
EDUCACIONAL; NO CHÃO DA ESCOLA. Quem olha de fora, com olhos de “visita”,
afirma que reclamamos demais, que funcionário público é tudo relapso, que a gente tem que educar (totalmente as
crianças) sem reclamar... E blá, blá, blá... Então, por ora, fico por aqui e os
deixo com um vídeo sobre NÓS professores e sobre os NÓS que atravancam o nosso trabalho.
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