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EDUCAR É, ANTES, SENTIR... E TODOS SÃO CAPAZES DISSO.

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

CRIANÇA SENDO CRIANÇA (CHILD BEING CHILD)

POR MARI MONTEIRO



Certa vez ouvi (não me lembro d e quem) que “temos apenas sete anos para ser criança e o resto da vida para sermos adultos.” Desde então, sempre penso nisso.  Outra coisa que ouvi -  e esta mais recente, numa pesquisa divulgada pela mídia – é que  idade mínima RECOMENDAVEL para que uma criança tenha um tablet; Ipad; celular etc é DOZE ANOS.

As propagandas do dia da Criança – nos canais por assinatura – incluem CELULARES e IPads como sugestões de presente.  Não que eu seja radicalmente contra o acesso das crianças a aparelhos eletrônicos, afinal eles nasceram na Era Digital. A questão é o quão patético é você ver pais  e filhos; inclusive, em eventos, cada um no seu celular... Apáticos, sem trocar palavras. Já sei. Vão dizer: “Lá vem a Mari com  a história do EQULÍBRIO!” Sim, Insisto há que se dar um jeito nisso. Logo não conseguiremos mais conversar com nossos filhos e netos pessoalmente.

Reparem numa criança de 3, 4, 5 anos... Assistindo vídeos no celular. Eu reparo nisso. Gente é MACABRO. Nem piscam. A gente precisa chamar três ou quatro vezes pra criatura perceber que estamos ali. E os olhos? Percebam que ficam “secos”; absortos... E,  junto com vídeos, milhares de anúncios eficazes para fixar o “CONSUMISMO TOUCH”.




Além disso, já presenciei em vários lugares e em situações diferentes, adultos "dando" o próprio celular para a criança se "entreter". Outro dia esta cena no consultório médico: a criança não tinha dois anos ainda, ficou inquieta no colo e a primeira coisa que a mãe fez foi ligar o celular num joguinho barulhento e colocar nas mãos da criança. Pronto. Fez se o silêncio!


E o que isso tudo tem  a ver com o Dia da Criança? Tudo. Tenho certeza de que os pais que puderem presentearão  suas crianças com algum aparelho eletrônico. O que eu tenho a ver com isso? Nada. Apenas estou lhe convidando para pensarmos juntos.

Por outro lado, sou radicalmente contra  a ADULTIZAÇÃO e a EROTIZAÇÃO da criança. Ela simplesmente não tem mais parâmetros; o que equivale  a não ter escolhas. São bombardeadas com crianças com visuais de adultos, com tutorias de make e com coreografias de funk no Youtube.  Nós tivemos escolhas. Somos privilegiados. Conhecemos o analógico  e o digital. VIVENCIAMOS A TRANSIÇÃO. Eles não sabem o que é a pré internet.





Muitos dirão: "Mas os tempos são outros! Agora é tudo diferente e mais perigoso!" E eu direi: "Mas, ainda existem parques; terra. grama. espaço e algum,as árvores... AINDA. Quanto a ser um tempo mais perigoso, ficar "conectado", preso em casa, crescer atrás de uma telinha também tem certo, grau de periculosidade.


Enfim, a proposta é que pensemos juntos sobre o que  a gente faz ou deixa de fazer com as crianças não apenas no “seu dia”; mas “vezenquando”. A gente:
- Conta histórias?

- Lê livros pra eles antes de dormir?

- Brinca na praça?

- Anda de bicicleta?

- Solta pipa?

- Joga bola?

- Conversa sobre a escola  e sobre o dia?

- Estimula  a curiosidade?

- Desliga  a TV e propõe  uma brincadeira?

- Canta junto?

- Dança junto?

- Imagina desenhos nas nuvens?

- Vê o por do sol?

- Mostra a Lua?

- Vê retratos  e conta sobre sua infância?

- Ensina de onde vêm os alimentos?

- Pula  amarelinha?

- Faz uma “prece” junto? (nada  a ver com religião, mas com fé -  a fé que você acredita)

- Brincam com um pet? (nem que seja um  beta no aquário?)

- Toma banho de chuva?

- Explica de onde vem os alimentos?

- Ensina a valorizar toda forma de trabalho?

- Pula corda?

- Faz brinquedos em casa?

- Ensina cuidar do meio ambiente?

- Faz as refeições à mesa?

- Tem um balanço no jardim de casa ( ou na casa dos avós)

- Se preocupa em ter um quintal?

- Anda descalço na terra?

- Planta árvores ou flores? (Pode  ser um cacto pequenininho..)

- Colhe fruta do pé?

Então, não reclamemos e nem temamos o futuro do Planeta... Nós  contribuímos todos os dias para o aumento da INDIFERENÇA; para a “mecanização” das ações; para o descaso; para o silêncio e para dias obscuro e perspectivas duvidosas.
Eles não têm culpa!




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