POR MARI MONTEIRO
Certa vez
ouvi (não me lembro d e quem) que “temos apenas sete anos para ser criança e o
resto da vida para sermos adultos.” Desde então, sempre penso nisso. Outra coisa que ouvi - e esta mais recente, numa pesquisa divulgada
pela mídia – é que idade mínima
RECOMENDAVEL para que uma criança tenha um tablet; Ipad; celular etc é DOZE
ANOS.
As
propagandas do dia da Criança – nos canais por assinatura – incluem CELULARES e
IPads como sugestões de presente. Não
que eu seja radicalmente contra o acesso das crianças a aparelhos eletrônicos,
afinal eles nasceram na Era Digital. A questão é o quão patético é você ver
pais e filhos; inclusive, em eventos, cada
um no seu celular... Apáticos, sem trocar palavras. Já sei. Vão dizer: “Lá vem
a Mari com a história do EQULÍBRIO!”
Sim, Insisto há que se dar um jeito nisso. Logo não conseguiremos mais
conversar com nossos filhos e netos pessoalmente.
Reparem numa
criança de 3, 4, 5 anos... Assistindo vídeos no celular. Eu reparo nisso. Gente
é MACABRO. Nem piscam. A gente precisa chamar três ou quatro vezes pra criatura
perceber que estamos ali. E os olhos? Percebam que ficam “secos”; absortos... E,
junto com vídeos, milhares de anúncios
eficazes para fixar o “CONSUMISMO TOUCH”.
Além disso, já presenciei em vários lugares e em situações diferentes, adultos "dando" o próprio celular para a criança se "entreter". Outro dia esta cena no consultório médico: a criança não tinha dois anos ainda, ficou inquieta no colo e a primeira coisa que a mãe fez foi ligar o celular num joguinho barulhento e colocar nas mãos da criança. Pronto. Fez se o silêncio!
E o que isso
tudo tem a ver com o Dia da Criança?
Tudo. Tenho certeza de que os pais que puderem presentearão suas crianças com algum aparelho eletrônico.
O que eu tenho a ver com isso? Nada. Apenas estou lhe convidando para pensarmos
juntos.
Por outro
lado, sou radicalmente contra a
ADULTIZAÇÃO e a EROTIZAÇÃO da criança. Ela simplesmente não tem mais parâmetros;
o que equivale a não ter escolhas. São
bombardeadas com crianças com visuais de adultos, com tutorias de make e com coreografias
de funk no Youtube. Nós tivemos
escolhas. Somos privilegiados. Conhecemos o analógico e o digital. VIVENCIAMOS A TRANSIÇÃO. Eles
não sabem o que é a pré internet.
Muitos dirão: "Mas os tempos são outros! Agora é tudo diferente e mais perigoso!" E eu direi: "Mas, ainda existem parques; terra. grama. espaço e algum,as árvores... AINDA. Quanto a ser um tempo mais perigoso, ficar "conectado", preso em casa, crescer atrás de uma telinha também tem certo, grau de periculosidade.
Enfim, a proposta é que pensemos juntos sobre o que a gente faz ou deixa de fazer com as crianças
não apenas no “seu dia”; mas “vezenquando”. A gente:
- Conta histórias?
- Lê livros
pra eles antes de dormir?
- Brinca na
praça?
- Anda de
bicicleta?
- Solta
pipa?
- Joga bola?
- Conversa
sobre a escola e sobre o dia?
-
Estimula a curiosidade?
- Desliga a TV e propõe uma brincadeira?
- Canta
junto?
- Dança
junto?
- Imagina
desenhos nas nuvens?
- Vê o por
do sol?
- Mostra a
Lua?
- Vê retratos e conta sobre sua infância?
- Ensina de
onde vêm os alimentos?
- Pula amarelinha?
- Faz uma “prece”
junto? (nada a ver com religião, mas com
fé - a fé que você acredita)
- Brincam
com um pet? (nem que seja um beta no
aquário?)
- Toma banho
de chuva?
- Explica de onde vem os alimentos?
- Ensina a valorizar toda forma de trabalho?
- Pula
corda?
- Faz brinquedos em casa?
- Ensina cuidar do meio ambiente?
- Faz as refeições à mesa?
- Tem um balanço
no jardim de casa ( ou na casa dos avós)
- Se
preocupa em ter um quintal?
- Anda
descalço na terra?
- Planta árvores
ou flores? (Pode ser um cacto
pequenininho..)
- Colhe
fruta do pé?
Então, não
reclamemos e nem temamos o futuro do Planeta... Nós contribuímos todos os dias para o aumento da
INDIFERENÇA; para a “mecanização” das ações; para o descaso; para o silêncio e
para dias obscuro e perspectivas duvidosas.
Muitos dirão: "Mas os tempos são outros! Agora é tudo diferente e mais perigoso!" E eu direi: "Mas, ainda existem parques; terra. grama. espaço e algum,as árvores... AINDA. Quanto a ser um tempo mais perigoso, ficar "conectado", preso em casa, crescer atrás de uma telinha também tem certo, grau de periculosidade.
Enfim, a proposta é que pensemos juntos sobre o que a gente faz ou deixa de fazer com as crianças não apenas no “seu dia”; mas “vezenquando”. A gente:
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