POR MARI MONTEIRO
Conheci uma
pessoa que, em determinado dia da semana, numa destas tardes mornas, dizia:
“VAMOS TOMAR UM SORVETE E BRINDAR O ANO NOVO?”. “VAMOS TOMAR UM VINHO E BRINDAR
O ANO NOVO?” E brindávamos o Ano Novo, por decreto nosso, em qualquer dia ou
mês do ano. Bastava sentir vontade! Isso revigorava nossas esperanças.
Sorríamos e recomeçávamos de onde havíamos parado. Essa pessoa já não está
entre nós. Mas ainda sigo seus ensinamentos. Decreto que meu ano novo é numa
quinta- feira à noite, 22 de agosto e brindo.
E recomeço diferente, de onde parei.
Para ser
politicamente correta, geralmente não sou e nem me importo muito com isso...
Mesmo porque aqueles que mais apregoam este clichê são as pessoas mais
hipócritas de que eu tenho notícias. Pois, na maioria das situações em que
temos de ser politicamente corretos, estamos vivenciando momentos de tensão e
de medo; logo, se formos politicamente corretos e não “EXPLODIR”, estaremos
sendo hipócritas... Ao menos conosco mesmos. Mas, retomando a expressão “politicamente
correta”, o Ano Novo simbolicamente é o primeiro dia de cada ano.
Diante
disso, penso na questão da energia que deve pairar no ar nesta noite, mais
precisamente “na virada”. A contagem regressiva marca, então, o fim de um ciclo
e o recomeço de outro. Isso me remete à
vontade de MUDAR ou de que algumas coisas mudem (pra melhor, de preferência).
Daí o título do artigo: se a essência do Ano Novo é a MUDANÇA, então que seja
no momento da virada e constantemente.
Na minha cabeça, isso corresponde a conjugar o VERBO MUDAR no presente
do indicativo: EU MUDO; tu mudas; ele muda, NÓS MUDAMOS; eles mudam. Foi aí que
percebi, mais uma vez, que a mudança começa por mim: “EU MUDO”... E quiçá, com
o tempo, as circunstâncias à minha volta mudem...
Sendo
assim, decreto meu Ano Novo muitas e muitas vezes durante o ano. É
tranquilizador, saber que não preciso esperar um ano inteirinho para fazer
pedidos; “pular as sete ondas”; comer sete uvas; fazer brindes; fazer orações;
agradecer; abraçar; fazer uma lista das COISAS BOAS que aconteceram (que sempre é maior que as ruins... Mas, seres humanos que somos, tendemos a superestimar as ruins.); fazer promessas... Posso fazer isso no dia em que eu quiser
e até várias vezes ao dia.
Outra coisa
que aprendi, na medida em que cresci e perdi algumas pessoas amadas, é o
entendimento sobre o que levaremos daqui (desta terra em que pisamos): A casa?
A mobília? As roupas e sapatos? Os aparelhos eletrônicos? Nenhum bem nos
salvará de nossa EMPÁFIA e ARROGÂNCIA. O que ficou de quem se foi? Lembranças,
cheiros, imagens que tenho medo que se apaguem da minha mente... , o timbre da
voz (morro de medo de esquecer como era a voz do meu pai, muito embora eu tenha
ouvido muitos gritos dele)... Ainda preferiria seus gritos à sua ausência. O
QUE FICARÁ DE MIM QUANDO EU PARTIR? Que lembranças eu deixarei aos meus amigos, ao meu filho?
Outro
motivo para não esperar pelo último dia do ano: como não sabemos quando será a
última vez que fitaremos a íris de quem amamos, devemos colher cada momento.
Celebrar cada DIA NOVO! Deitar-nos sem arrependimentos causados por PALAVRAS
MAL DITAS ou por PALAVRAS NÃO DITAS.
Eu, Mari, por exemplo, sei bem do que preciso para continuar a ser feliz, claro que os vazios doem. A cada ano falta alguém na hora do abraço... E uma lágrima de saudade sempre escapa no cantinho dos olhos. Mas é apenas saudade, sem remorsos por não ter passado mais tempo juntos ou por não ter dito “EU TE AMO”. Todos dizem (mas EU NÃO SOU "TODOS"!) que não é preciso dizer “eu te amo”, que o que valem são as atitudes. Além de achar isso brega e clichê, penso que atitudes dignas para com quem se ama é um dever recíproco; é o mínimo que se deve fazer quando estamos com a pessoa amada. PRECISAMOS (ao menos, eu... Sem vergonha de assumir rsrs) OUVIR QUE SOMOS AMADOS! Por que, de um modo geral, é tão mais fácil de dizer: “Que raiva de você!” do que “Quanto amor tenho por você!”?
Eu, Mari, por exemplo, sei bem do que preciso para continuar a ser feliz, claro que os vazios doem. A cada ano falta alguém na hora do abraço... E uma lágrima de saudade sempre escapa no cantinho dos olhos. Mas é apenas saudade, sem remorsos por não ter passado mais tempo juntos ou por não ter dito “EU TE AMO”. Todos dizem (mas EU NÃO SOU "TODOS"!) que não é preciso dizer “eu te amo”, que o que valem são as atitudes. Além de achar isso brega e clichê, penso que atitudes dignas para com quem se ama é um dever recíproco; é o mínimo que se deve fazer quando estamos com a pessoa amada. PRECISAMOS (ao menos, eu... Sem vergonha de assumir rsrs) OUVIR QUE SOMOS AMADOS! Por que, de um modo geral, é tão mais fácil de dizer: “Que raiva de você!” do que “Quanto amor tenho por você!”?
Por isso ,
a qualquer momento que você queira, estarei aqui, à sua espera, com uma taça na
mão para brindar um NOVO ANO; comemorar e AGRADECER coisas como:
- Os ABRAÇOS
demorados. Aqueles que já acontecerão e os que estão por vir.
- Os AMIGOS
verdadeiros, mesmo que sejam poucos.
- O AMOR
que somos capazes de oferecer e o AMOR que recebemos.
- A FÉ que
nos acompanha e a força de busca-la quando nos sentimos enfraquecidos.
-A LUZ que
nos guia quando nos damos conta de que caminhar sozinho é uma forma egoísta de
morrer em vida.
-Os REENCONTROS, que só foram possíveis pela dor do desencontro.
- O PERDÃO
que já chegou ao nosso coração e os pedidos que ainda virão.
- A FAMÍLIA
que nos aceita. E a volta da família desfeita.
- A SAÚDE
que nos permite agir e reagir. E aqueles que cuidaram de nós quando não
estávamos tão bem assim.
- Aos OLHARES que, mesmo silenciosos, nos dizem muito.
- Aos OLHARES que, mesmo silenciosos, nos dizem muito.
Com afeto,
Mari.
Nenhum comentário:
Postar um comentário