Apesar de não ultrapassar o número
de inscritos de 2014, o aumento ocorrido em 2016, no mínimo, representa dois
aspectos. Primeiro, os estudantes ainda acreditam e apostam numa oportunidade
de realizar o Ensino Superior como forma de viver melhor. Segundo, apesar da crise
que assola o país no que diz respeito especificamente à educação, quando até
bem poucos dias atrás haviam ainda várias escolas ocupadas pelos alunos e por
alguns professores, os alunos se inscreveram. O que, de certa forma, “derruba”
o paradigma de que para se inscreverem no ENEM os professores precisam ficar
falando e os lembrando dos prazos, importância etc.
Inclusive, através de reportagens
e das redes sociais, sabemos que em algumas escolas os alunos passavam boa parte
do tempo estudando em grupo e com o auxilio de professores. Independente de
eventuais (e isolados) casos de vandalismo, vejo com bons olhos este movimento.
Em todos os discursos realizados pelos
estudantes, além da aclamada justiça acerca da merenda escolar, a pauta era a
MELHORIA DA QUALIDADE DO ENSINO. E,
diante de uma reivindicação destas, não pra dizer que a culpa pela péssima
qualidade da educação é do desinteresse da maioria dos ALUNOS.
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Fonte: UNESCO - 2015 |
Não quero fazer o papel de
advogado do diabo; mas, os alunos têm toda razão. E mais: na ocasião das primeiras
ocupações em São Paulo, eles provaram de seu poder, fazendo com que o Governo revogasse
um decreto já publicado em Diário Oficial e voltasse atrás na questão da
reorganização escolar. Foi um grande feito. Conseguiram o que muitas vezes o
Sindicato dos Professores não conseguiu. Isso demonstra um elevado nível de
consciência por parte dos estudantes. Eles sabem o quanto o mercado de trabalho
tem se estreitado e o quanto isso torna difícil a ascensão profissional em um
país que ocupa um dos últimos lugares no ranking mundial de educação.
A verdade é que, há tempos,
professores e alunos, vêm sendo sacrificados com os baixos investimentos na
Educação e com o descaso das autoridades, o que gera falta de estrutura;
péssima remuneração... E por aí vai. Uma série de aspectos mais profundos surge
deste caos: descontentamento; evasão escolar; falta de professores (pelos mais
variados e JUSTOS motivos) e o que chamo de DE – SÂ – NI – MO PEDAGÓGICO.
Converse com um professor no domingo à noite e veja sua animação pra retomar a
semana.
Fato é que os estudantes estão
demonstrando VONTADE de alterar o estado de coisas na educação e, consequentemente,
nas demais esferas sociais. A maioria deles anseia por frequentar uma boa Universidade. Logo, está dada a largada. Caso haja interesse
sincero por parte das autoridades e dos profissionais docentes, acredito que
seja possível dar um novo rumo à educação brasileira. O que equivale a afirmar
que será possível aos estudantes brasileiros sonharem com vagas em
Universidades conceituadas, tanto no Brasil como fora do país. Continuaremos falando sobre isso por aqui... Esperamos
resultados cada vez mais positivos. ME – RE – CE – MOS.
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