POR MARI MONTEIRO
Tarde de primavera, setembro de 2013.
Aguardo ansiosa uma visita importante:
Mike. Mal posso acreditar que irei revê-lo. Será que ele se lembra de que
marcou comigo? O que achará do artigo que lerá no blog? Preciso que ele o
aprove. Afinal, além de ser sobre ele, também preciso de sua permissão para escrever e registrar nosso
REENCONTRO... Sete anos depois...
Pontualmente, às duas horas da tarde,
alguém sobe até minha sala e anuncia que Mike chegara. Meu coração disparou.
Pedi que ele subisse. Havia acabado de falar com seu pai ao telefone (foi um
retorno no tempo e no espaço, ouvir aquela voz generosa e educada, de quem cujo
nome é Sr. Rosângelo e não Sr. Antônio, como me “recordava” no primeiro artigo.),
ele me disse que Mike havia ido ao banco e que, depois, passaria na escola para
conversar com uma professora. Apresentei-me e – feliz – pensei: “ELE NÃO
ESQUECEU!”.
Não demorou e Mike surgiu no corredor. Eu o
aguardei na porta. O abraço foi emocionante. INCRÍVEL COMO OS OLHARES NÃO MUDAM
(impossível fingir um brilho no olhar). E o sorriso? O mesmo do menino de doze
anos que conheci. Logo pedi para que uma pessoa registrasse nosso reencontro.
Tiramos algumas fotos.
O artigo “POR ONDE ANDARÁ O MIKE?”, escrito
em 21 de fevereiro deste ano, já estava esperando por ele no computador.
Sentamo-nos e eu lhe contei sobre os motivos que me levaram a escrever sobre
ele. Em seguida, deixei-o à vontade para ler o artigo. Confesso que fiquei
tensa, não sabia quais seriam suas impressões. Concentrado, ele lia atentamente
cada parágrafo. Às vezes, olhava pra mim e ríamos. Quando terminou, estávamos com
os olhos úmidos.
- Legal hein Professora?
- Gostou?
- “Da hora!”
(...) Silêncio.
Mostrei a ele o funcionamento do blog e os
depoimentos dos meus alunos do Ensino Médio e de outras pessoas sobre sua
história. Ele ficou surpreso. Ele soube que muitas pessoas leram e passaram a
conhecer aquela pequena parte de sua vida
e que, agora, veriam o seu ROSTO, seu OLHAR e seu SORRISO.
Conversamos sobre todos os outros colegas
da nossa turma de 2006. Rimos de muitas lembranças. “POUCOS CONTINUARAM OS
ESTUDOS. A MAIORIA PAROU DE ESTUDAR PRÔ!” Isso me entristeceu. Mas, logo o
Mike sorriu e voltei para aquele momento. Ele
está no Terceiro ano do Ensino Médio. “ATÉ A SEXTA SÉRIE EU FUI RUIM,
MAS DEPOIS EU MELHOREI E AGORA ESTOU MAIS OU MENOS.” Disse ele e, claro, sorriu
aquele sorriso de luz. Contou-me que prestará o ENEM. Falamos sobre a
possibilidade de ele ser aprovado e cursar uma universidade. FICAMOS FELIZES AO
PENSAR NISSO.
Muitas coisas passavam pela minha cabeça
enquanto conversávamos. Mas, o que eu mais dizia a mim mesma era: “ELE É UM
VENCEDOR, UM SOBREVIVENTE DO SISTEMA!” Mas, não podia ignorar o fato de que muitos
haviam ficado pelo caminho. E... Vai entender! Eu havia cismado justamente com o Mike; talvez
eu merecesse mesmo essa alegria, esse retorno. Porque, caso escolhesse qualquer
outro aluno para contar a história, talvez eu não estivesse aqui agora, feliz
da vida, escrevendo este artigo. Talvez me tivesse sido negada esta satisfação.
Conversamos sobre muitas outras coisas que
não caberiam aqui. Providenciamos contato pelo Facebook e ele prometeu voltar
sempre. Em seguida, fomos até a Direção para vermos a Helena, que teve muita
importância nesta história, tanto hoje como há sete anos. Foi mais um momento
único. Ela o RECONHECEU imediatamente. E isso o deixou bem feliz.
Na despedida, promessas de não nos
perdermos um do outro. Quero notícias sobre o ENEM; sobre os rumos que a vida
dele tomará... Um abraço fraterno selou nosso reencontro...
Já se passaram alguns dias desde que o vi na rua, quando ele gritou, passando por mim apressado: “E AÊ PROFESSORA MARI?”.
Olhei, retribui o cumprimento e continuei andando. Alguns passos adiante, me
dei conta: “É O MIKE!” Mas, já não podia mais alcançá-lo. Ele havia se
embrenhado na multidão. Iniciei uma busca no mesmo dia. Bendito dia! Bendito
reencontro em que me chamara pelo nome sete anos depois! BENDITO MUNDO QUE GIRA
e nos faz rever; reviver; reencontrar; repensar; recomeçar e REANIMAR, no
sentido mais amplo da palavra.
No primeiro artigo, terminei com a seguinte
frase: “(...) Espero que esteja bem... E que um dia possa, por um destes acasos
providenciados por Deus, ler este artigo e dar notícias...”. FUI
ATENDIDA! Então, só posso terminar este artigo agradecendo a Deus, ao Mike e à
sua família, aos meus alunos do Ensino Médio do CEC (2013), QUE AGORA FAZEM
PARTE DESTA HISTÓRIA; à Diretora Helena; à Cidinha e José que o localizou e à Conça.
Finalmente, a TODOS OS LEITORES, desejo momentos como este: momentos de felicidade que, embora breves, se fazem eternos na lembrança... Bem guardados num RELICÁRIO de onde os retiro, como arquivos, para usar como bálsamo na superação de outros momentos não tão felizes assim...
Finalmente, a TODOS OS LEITORES, desejo momentos como este: momentos de felicidade que, embora breves, se fazem eternos na lembrança... Bem guardados num RELICÁRIO de onde os retiro, como arquivos, para usar como bálsamo na superação de outros momentos não tão felizes assim...
"Esta parte da minha vida, esta
pequena parte, se chama Felicidade." (do filme: À procura da Felicidade)
Para ler o primeiro artigo: "MIKE: POR ONDE ANDARÁ O MIKE?", CLIQUE NO LINK ABAIXO:
http://educandoquem.blogspot.com.br/2013/02/mike.html
Para ler o primeiro artigo: "MIKE: POR ONDE ANDARÁ O MIKE?", CLIQUE NO LINK ABAIXO:
http://educandoquem.blogspot.com.br/2013/02/mike.html
Mari, parabéns! Ficou incrível, muito emocionante, sinceramente meus olhos encheram de lágrimas ><
ResponderExcluirLetícia Barbosa
Le, meu mimo!!!
ExcluirÉ tão importante para mim este sentimentos como o seu. São palavras como a sua que me fazem continuar professora e; sobretudo, AMIGA!!!
Amo vc!!!
Bjus
olá, profª Mari, eu queria lhe parabenizar pela matéria "MIKE: O REENCONTRO!", eu a li e gostei muito. Eu também tive a honra de receber suas aulas e ensinamentos, que até hoje me lembro muito bem, no ano de 2008, eu estava no 5º ano, no Carlos Drummond de Andrade. Continuarei lendo as suas matérias, e espero um dia voltar a vê-la.
ResponderExcluirEste carinho não é nada quando comparado as lições que eu recebi... muito obrigado professora...
atenciosamente,
Rubens Julio.
Rubens, querido...
ResponderExcluirConfesso que me emocionei muito com suas palavras. Com certeza voltaremos a nos ver. Será muito gratificante.
Obrigada por este carinho.... Fico muito feliz quando os alunos se lembram de mim. É como se eu despertasse de um sono profundo e com um dose extra de disposição para trabalhar ainda mais.
Fique sempre bem!!!
Bjus
Boa noite professora Mari
ResponderExcluirfico feliz por saber que depois de alguns e longos anos vc ainda se lembre de nós e agradeço o carinho pelo meu filho e agradecido por se lembrar de mim e de minha esposa.
Que DEUS venha ter abençoar muito UM FORTE ABRAÇO e fica com DEUS!
Rosangelo Ferreira (PAI DO MIKE WILLIANS)
Sr. Rosangelo, quanta emoção!
ResponderExcluirSão famílias como a sua que fazem toda a DIFERENÇA. Que fazem com que os filhos sigam sempre o caminho do bem. Agora entendo mais ainda porque Mike se tornou um rapaz tão polido e gentil, porque tem uma família maravilhosa que sempre o apoiou!!!
Obrigadíssima pelo carinho eque Deus abençoe a todos vocês também!
Abraços a toa a família!