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EDUCAR É, ANTES, SENTIR... E TODOS SÃO CAPAZES DISSO.

quinta-feira, 11 de maio de 2017

EU E O EX-PRESIDENTE LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA ( ME AND THE PRESIDENT LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA)

POR MARI MONTEIRO




Sabem aquela história: “eu conheço um cara que conhece um cara?”. Então, pensei muito nisso ontem ao ver o depoimento de Lula  e as mais diversas reações do povo brasileiro; sobretudo, nas redes sociais.  Isso porque, nos anos 90 conheci um casal cujo cônjuge era metalúrgico na mesma empresa que Lula, aqui no ABC Paulista. Um dia, conversando sobre direitos trabalhistas, eles me contaram um pouco sobre as lutas do operário Lula com os seus colegas de trabalho. Acampados do lado de fora da fábrica, esta minha amiga levava almoço pra eles durantes os dias de paralisação. 


Desde então, desenvolvi certa simpatia pela postura de Lula. Daí por diante, procurei saber mais e li o livro “Lula, o metalúrgico.” E até frequentei alguns comícios  do PT (Partido dos Trabalhadores) aqui no ABC. Na procura pelo entendimento e por um posicionamento político, me filiei ao PT. Achava justo. Meu raciocínio era: “sou trabalhadora (pião de firma), então este é o partido certo pra mim.” Ingenuidade? Um pouco. Em questões de religião e de política, sempre tenho minhas reservas; pois  sempre houve e SEMPRE HAVERÁ manipulação da fé, em todos os sentidos. 



Pois bem, nessas teias traçadas na nossa vida, que não são por acaso, em 1995, quando estava cursando minha primeira faculdade, pude  participar de uma palestra proferida por Lula e, depois, cumprimentá-lo e olhar nos seus olhos. Nessa ocasião, ele já estava na carreira política, se não me falha a memória, como deputado.  Sei que gostei da palestra. Inclusive, havia muitas pessoas de oposição ao PT que fizeram muitas perguntas, o que foi ótimo. Uma delas me lembro  muito bem. Alguém questionou o fato de um dos filhos dele estar fora do país. Ao que  ele respondeu: “Meu caro, eu duvido que qualquer um de vocês  aqui se tivesse condições, deixaria de mandar o filho estudar fora! Estando a educação brasileira abandonada como está!” (sic). Eu, educadora que era e que sou, refleti um pouco e não tirei o mérito de sua resposta. 


Por que narro esse episódio? Porque estive dos sois lados. Fui petista. Não sou mais. Por conta da Lava- jato? Não. Já me havia DESENCANTADO com os ideais do partido (ou melhor, a degeneração deles) há algum tempo. E, se tem uma coisa que não sou é uma pessoa presa a convicções. Mudo de ideias. Mudo de “lado”... Já ouvi que isso é falta de personalidade. Poupe-me. Ri muito. Isso é LIBERDADE. Eu me  permito gostar de algo hoje  e repudiar amanhã. Do contrário, pra que amadurecer e aprender se estaremos presos a “MOLDES” e a padrões. Erro e volto atrás. Digo e “desdigo”, gosto de OUVIR e de ser OUVIDA. Tanto que sou capaz de entender tudo que vi e ouvi ontem, de ambas as partes.  Mas, sou totalmente AVESSA a RADICALISMOS; FANATISMOS e FATALISMOS. 


O fato de eu não ser mais petista, desde a segunda gestão de Lula, não significa que penso que ele deva ser crucificado por todas as mazelas do Brasil e dos brasileiros. Também não significa que acredito na sua total inocência. Quero o que todos querem E MERECEM que se apurem os fatos e que sejam tomadas as medidas JUSTAS. Isso com Lula; com Dilma. Com Fernando Henrique Cardoso. Com Eike Batista; com os estupradores; com traficante da boca da minha cidade e com qualquer um que cometa um crime.  


Ocorre que, por mais que eu acompanhe as notícias e tente ser o mais imparcial possível, não vejo nada de positivo. Não consigo pensar em um único político completamente honesto. Aí o que faço? Adoeço. Porque deposito todas as minhas expectativas na justiça brasileira. O que, convenhamos  não nos dá muita esperança. E, ainda nos enxergo muito presos a “pequenezas”. Não estou diminuindo a IMPORTÂNCIA da Operação Lava Jato e  seus inúmeros desdobramentos. Ao contrário, apoio em todos os sentidos. Desejo que prossiga e que tudo, exatamente tudo, seja  apurado e que TODOS os envolvidos sejam devidamente punidos. 

Contudo, a gente se perdeu em meio  a tantas siglas. É tanto “P” daqui e “P” de lá que  a ESSÊNCIA do “Bem Maior”, da democracia e do Estado de Direito ficou à margem de tudo. Não passa  de um pano de fundo roto e  encardido. Enquanto nós, cidadãos, fazemos o que? Somos corresponsáveis por tudo isso. Somos eleitores. Resta saber que tipo de eleitores somos.  Somos passivos? Votamos apenas porque é obrigatório? Votamos no candidato mais carismático? Quais nossos critérios? Particularmente, nos considero péssimos eleitores. E a MAIOR e MAIS INTELIGENTE FORMA DE PROTESTO POSSÍVEL, EM MINHA OPINIÃO, SERIA o BOICOTE TOTAL ÀS URNAS NAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES. Porém, tenho ciência d eque isso exigiria de nós níveis de civilidade, de cidadania e de coletividade que ainda não alcançamos, infelizmente.



Gostaria muito que outro quadro se desenhasse... Assim como se fala nos filmes “Hollywoodianos”: Nos Estados Unidos é possível realizar o sonho americano, para a maioria de nós, brasileiros, Lula chegou a representar isso ( para alguns, ainda representa) o sonho brasileiro. Lula chegar ao Poder. Ser premiado; condecorado; considerado uma das pessoas mais influentes do mundo em seu primeiro mandato é o que considero equivalente a acreditar na consolidação de um sonho.



 

A história de Luiz Inácio da Silva era pra ser uma bela história de vida; digna de ser escrita por autores dos níveis de Guimarães Rosa e Graciliano Ramos. Mas, algo cruzou seu caminho ( assim como cruza de TODOS os outros políticos!): a ganância. Uma espécie de “doença” que corrói os sentidos e as noções de ética e de moral, já tão escassas na humanidade. A pergunta é QUEM SOBRA, com moral suficiente para  subir em um palanque, apontar culpados e, mais uma vez, fazer promessas, as quais nós morreremos sem que as tenham cumprido? Que  dirá  o meu filho, seus filhos... Meus netos, os seus netos... Em quem poderão acreditar? Que condições de vida os aguardam?


Enfim, narrar estes fatos e  expor meus ideais, me coloca na posição de uma cidadã brasileira que se confessa  exausta; enfraquecida e sem a menor vontade de acreditar.  E, a menos que ocorra uma reviravolta muito grande no país, pela primeira vez na vida não sairei de casa pra votar. NUNCA MAIS VOTAREI EM NINGUÉM.  Desejaria que houvesse algum movimento no país para que o voto deixasse de ser obrigatório... O que conduziria a uma mudança de conduta dos candidatos... Mera utopia minha. Mas, é disso que tenho vivido. De utopias.  


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