POR MARI MONTEIRO
Antes de
começar este texto, alguns posicionamentos devem ficar claros. Sou batizada na
igreja católica; estudiosa de todas as doutrinas voltadas para elevação e para
a evolução espiritual e; sobretudo, respeito muito todos os fiéis a Deus. Não
acredito nas palavras dos homens. Aprendi a desacreditar quando cresci
descobrindo padres pedófilos, pastores enriquecendo às custas de fiéis bem
intencionados, placas de igrejas (com os mais variados nomes, alguns
estranhíssimos) brotando feito praga pelos bairros. Pra que tanta? Não somos, teoricamente, todos crentes num
único Deus? Então, por que uma determinada “grife” de igreja salva e outras
não? Honestamente, questiono tudo isso, apenas por querer entender a lógica
deste processo.
Para mim
toda forma de fé é VÁLIDA. Demorei um
ano inteirinho para ler a bíblia. Porque li como se estivesse lendo um livro
didático, queria entender, interpretar. Ficaram DUAS COISAS: não conseguimos
atender o único pedido de Jesus: “amai ao próximo como a ti mesmo” (quem é o
próximo, o mendigo todo mijado? o namorado? só a família? aquele que perder
tudo na enchente?), ou seja, fazemos acepções de pessoas, que é outra coisa que
a bíblia não aprova. A segunda coisa que ficou foi o “julgamento” das
INTENÇÕES. E esse é para mim o mais importante dos aspectos. Como somos mal
intencionados, interesseiros, hipócritas e medíocres. Atire a primeira pedra
quem não for nada disso.
Quando,
hoje pela manhã estava lendo um dos versículos do salmo 143, em minha opinião,
o salmo mais “forte” e tocante de todos, me ocorreu que estava pedindo proteção
contra meus inimigos e os demônios. Pensei: não tenho inimigos. Não vejo
demônios. Logo conclui, preciso sim de proteção, mas contra meus demônios
interiores que, supostamente, são meus INIMIGOS. Não tardou para pensar nos
meus medos (que são muitos...); inseguranças; anseios; egoísmo; vaidade...
Estes são os meus demônios interiores.
E haja
coragem para me olhar no espelho depois desta percepção. Não foi nada fácil
admitir que todos estes sentimentos ocupam espaço dentro de mim. Que muitos
deles me cegam, enfraquecem minha fé. E agora? Como livrar-me deles? Anos de
terapia? Não ganho tão bem pra isso. Conclui que estou sozinha nesta
empreitada. Pois nem meu melhor amigo, nem a pessoa que mais me ama nesta vida serão
capazes de PENETRAR MEU INTERIOR e removê-los de lá. Passei o dia inteiro me
martirizando com estes pensamentos. Cujas providências os meus amigos leitores
vão acompanhar através dos próximos relatos sobre esta experiência.
Agora,
anoitecendo, penso que a primeira coisa a fazer é tentar substituí-los por
outros sentimentos. Trocar inimigos por amigos e demônios por anjos. Decidi.
Será assim: para cada pensamento ruim que me assolar terei de, imediatamente,
pensar em duas coisas extremamente boas. Afinal, MINHA EXISTÊNCIA É LINDA!
Tenho muitos bons amigos, amo muitas pessoas, recebo muito amor, recebo muitas
bênçãos (PREFIRO CHAMAR DE PROVIDÊNCIA DIVINA)... Quando menos espero (e mais
preciso) encontro pessoas e me deparo com palavras, olhares e gestos que mudam
o rumo do meu dia. Hoje mesmo foi um dia em que, antes de dormir, preciso
dobrar meus joelhos e AGRADECER MUITO A DEUS, mais que nas demais noites da
minha vida.
Assim
sendo, creio que se continuar amando com a mesma frequência e com a mesma
INTENSIDADE de sempre, posso derrotar meus inimigos e meus demônios interiores.
Óbvio que não será fácil. Isso é apenas meu primeiro passo. Sou imperfeita,
falharei muitas vezes, antes de conseguir. Porém, falharei tentando e;
sobretudo, amando (sou do tipo que a maioria chama de tola, aquela pessoa que
ama por ela mesma e pelos outros...). Não me importo, fico com meu “AMOR
IMPERFEITO”. Pois, como disse o poeta: “Ainda que eu falasse a língua dos
homens e falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria.” (Renato Russo). Além disso, sempre acreditei em milagres; em
sorte, NUNCA!
P.S. Caso
alguém questione a relação deste artigo com “EDUCAÇÃO”, trata-se de uma
associação com amais importante forma educação: A EDUCAÇÃO PARA A VIDA.
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
ResponderExcluir1 Coríntios 13:1
Adorei seu comentário Rodrigo. Muito pertinente...
ResponderExcluirNão sei se vc viu, mas escrevi a Parte II. Se puder, comente também. Comentários inteligentes são sempre bem vindos.
Tenha uma excelente quarta feira!