POR MARI MONTEIRO
Como qualquer mortal, às vezes, me
encontro numa frase ou outra de algum autor renomado ou em trechos de
música. Não vou negar. Sinto certa felicidade quando isso acontece. É uma
sensação de não estar sozinha; de pensar: “Alguém mais pensa assim.” E
isso é, no mínimo, reconfortante. Mas, de uns tempos para cá venho sentindo
uma necessidade inquietante de tentar me definir, neste momento, pois tenho
consciência de que amanhã (ou no momento seguinte) serei diferente. Mas
a essência, ao menos isso, eu preciso reconhecer em mim... E essa “parte ”
não muda assim tão facilmente. Então, vamos lá à árdua, mas gratificante, tarefa.
Essência: entendo como
essência tudo aquilo que prevalece apesar dos impulsos, das quedas, das decepções,
das dores e da alegria efusiva de um determinado momento. É o que mora em mim. Deve ter
nascido comigo e seguirá até o fim... Pois, creio que a essência é O
PRESENTE DADO POR DEUS quando viemos para este mundo. E quem só é visível quando se olha no fundo dos olhos.
Sou TEIMOSA de nascença. Do contrário,
não estaria aqui escrevendo. Teria sucumbido a tantas intempéries como preguiça, falta de tempo, problemas do cotidiano...
Sou dotada de uma grande quantidade de AMOR. Eu amo, amo, amo... E ele não tem fim. Amo as pessoas, de diferentes formas e intensidade, até que se prove o contrário. Quando se prova o contrário, se instala em mim um sentimento nada nobre: a indiferença. Aí não existe nem o DESAMOR, o que fica é o NADA.
Tenho facilidade para perdoar os erros das pessoas, mas não
para esquecê-los. Quando leio que perdoar não é esquecer, sinto-me aliviada... Porque acho meio ilógico você esquecer as dores, as ofensas...
Porque sempre que olhos no espelho lá estão elas: as cicatrizes que tem dupla
função: lembrar-me dos fatos e me dizer: “VOCÊ SOBREVIVEU E HOJE É MAIS
FORTE!”.
Sinto MEDO de muitas coisas: da solidão; do
desamor; do desafeto; da violência;da arrogância que queima a pele e alcança a alma; da indiferença e das perdas das pessoas que
amo.
Não gosto de pessoas submissas, que vendem barato
o que não tem preço, não gosto de gente morna, omissa, covarde, que fala apenas
pelas costas; não gosto de gente que bate com GRITOS. E que não tem a
capacidade de se colocar no lugar do outro.
Gosto de pessoas HUMILDES, simples de coração,
feito minha Tia Guinha (minha segunda mãe); minha mãe, meu filho ( que é
meu pai e meu irmão mais velho). Gosto de pessoas cuja sabedoria
não vem da escola, mas da vida. Gosto de gente que não mistura as coisas e
desconta no outro sua ira. Gosto de gente que sorri com os olhos; de gente bem
humorada, cujas mazelas da vida lhe tiraram quase tudo, menos a alegria de
viver!
Sofro de INGENUIDADE CRÔNICA. Parto do princípio de
que todo mundo é naturalmente bom... Óbvio que, com o tempo, infelizmente, reconheço que não é bem assim. Mas, como disse, é um mal crônico e as decepções, apesar de grandes e doloridas, não me servem de antídoto.
Gosto de chorar quando tenho vontade: choro de dor (física
espiritual), de saudade, de tristeza, de decepção. Confesso que isso acelera
meu bem estar, é como um ritual de purificação... Adoro rir. Tenho riso fácil.
Rio das minhas próprias intempéries; gosto de gargalhar quando não dá pra
segurar... E de chorar de alegria: uma das sensações mais gratificantes que
conheço.
Enfim, não foi nada fácil “dizer tudo isso ”. Virei-me
literalmente do avesso e, para aqueles que me acham uma chata, um beijo e um
queijo. Para aqueles que me conhecem há algum tempo, sabem que sou EXATAMENTE assim; mas NÃO PARA SEMPRE ASSIM. Adoro me sentir livre para hoje gostar de algo que ontem odiava. ISSO NÃO É FALTA DE PERSONALIDADE. ISSO É LIBERDADE! Está escrito nos meus olhos. E, para aqueles que ainda não me conhecem ou para
aqueles que acreditavam que me conheciam: “Prazer, Mari.”
Ps. Artigo originalmente escrito numa madrugada de
segunda –feira, 17/06/2013, Outono...
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