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EDUCAR É, ANTES, SENTIR... E TODOS SÃO CAPAZES DISSO.

domingo, 27 de novembro de 2016

SOBRE A SAÚDE MENTAL E FÍSICA DO PROFESSOR – PARTE I (ON MENTAL AND PHYSICAL HEALTH OF THE TEACHER - 1st CHAPTER)

POR MARI MONTEIRO



Não é a primeira vez que abordo esse assunto aqui no blog. As agressões aos professores são muito mais “corriqueiras” do que parecem. Isso porque  a mídia deve estar ocupada demais com os escândalos políticos e com a crise econômica.  Porém, quando ocorre o contrário; ou seja, quando um professor agride verbal ou fisicamente um aluno, a notícia  alcança maior destaque.


Conflitos em sala de aula sempre houve. Ocorre que atualmente  a coisa degringolou de tal forma que não  nos ocupamos mais em ensinar, mas sim em nos preocupar em “apagar incêndios”.  Os conteúdos de ensino cederam lugar às mediações de conflito; às conversas sobre comportamentos que não são aceitos em sala de aula (ao menos não deveriam ser) etc.




Neste exato momento, estou concluindo meu artigo de pós-graduação cujo título é: “QUALIDADE DE VIDA DO DOCENTE NA REDE PÚBLICA DE ENSINO”; logo menos  estará postado por aqui na íntegra.  Fato é que, ao elaborar a discussão sobre  este tema, fiquei assombrada com a FALTA DE MATERIAL a respeito da saúde do professor; principalmente, sobre as causas das doenças que acometem o docente, geralmente em decorrência de traumas  advindos de agressões verbais e/ou orais e, acreditem, agressões físicas!




Em tempo, no caso da Professora Daniela (detalhes no link abaixo), percebemos até onde pode ir a  falta de respeito com o outro. E o que fazer com o aluno agressor? Cadê os Direitos Humanos? E esta professora contará com auxílio psicológico antes de retomar suas atividades? Vamos  falar sério: vão falar  que  o aluno está amparado pelo  ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e ficará por isso mesmo como tantos outros casos. Pois bem, e que ampara o professor? NIN – GUÉM.


Não sei se por COMODISMO; se por INDIFERENÇA ou se por FALTA DE VONTADE... Continuamos a levar nossas vidas fingindo que nada acontece.  Com certeza já tem um profissional substituindo a professora que foi hospitalizada... Tudo para que os alunos NÃO TENHAM PREJUÍZO e que se cumpra o mínimo de dias letivos exigidos na Lei. E fingimos que está tudo bem. Fingimos MUITO... Fingimos que nenhuma escola está ocupada; que o salário de professor é suficientemente “BOM” (tão bom que onera os cofres públicos); que é um trabalho tranquilo... E a lista segue...




Não consigo me  aquietar e muito menos “me acostumar” a situações de violência (de qualquer tipo). Tenho amigos professores que sofreram agressões serias; inclusive, um deles enfartou na sala de aula na frente dos alunos; outros trabalham completamente descontrolados ao ponto de chorar em sala de aula... Pergunto-me em quantas profissões acontece isso. Certamente todas têm seus riscos... Também é verdade que toda “empresa” tem um departamento de Recursos Humanos a quem o profissional pode recorrer. O que não temos na Escola. Podem me perguntar: “E A GESTÃO?”. A Gestão está tão perdida e mergulhada na burocracia que  prioriza a “parte técnica do sistema”, além de estar meio que de mãos atadas por conta de tanto “AMPARO” ao menor de idade.  



Enfim, lidar com SERES HUMANOS (sejam crianças ou adolescentes) NÃO PODE SER ASSIM.  Já passou da hora de reivindicar QUALIDADE DE VIDA; um professor “doente” mental ou fisicamente não SENTE PRAZER em trabalhar, a menos que ele seja um socipopata ou muito masoquista.  Mas, a grande questão é: QUEM SE IMPORTA? Voltaremos a conversar sobre isso em breve.


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