POR MARI MONTEIRO
Não é a primeira vez que abordo esse assunto aqui no blog.
As agressões aos professores são muito mais “corriqueiras” do que parecem. Isso
porque a mídia deve estar ocupada demais
com os escândalos políticos e com a crise econômica.
Porém, quando ocorre o contrário; ou seja, quando um professor agride
verbal ou fisicamente um aluno, a notícia
alcança maior destaque.
Conflitos em sala de aula sempre houve. Ocorre que atualmente a coisa degringolou de tal forma que não nos ocupamos mais em ensinar, mas sim em nos
preocupar em “apagar incêndios”. Os
conteúdos de ensino cederam lugar às
mediações de conflito; às conversas sobre comportamentos que não são aceitos em
sala de aula (ao menos não deveriam ser) etc.
Neste exato momento, estou concluindo meu artigo de pós-graduação
cujo título é: “QUALIDADE DE VIDA DO DOCENTE NA REDE PÚBLICA DE ENSINO”; logo
menos estará postado por aqui na
íntegra. Fato é que, ao elaborar a
discussão sobre este tema, fiquei
assombrada com a FALTA DE MATERIAL a respeito da saúde do professor;
principalmente, sobre as causas das doenças que acometem o docente, geralmente em decorrência de traumas advindos de agressões verbais e/ou orais e, acreditem, agressões físicas!
Em tempo, no caso da Professora Daniela (detalhes no link abaixo), percebemos até
onde pode ir a falta de respeito com o
outro. E o que fazer com o aluno agressor? Cadê os Direitos Humanos? E esta
professora contará com auxílio psicológico antes de retomar suas atividades?
Vamos falar sério: vão falar que o
aluno está amparado pelo ECA (Estatuto
da Criança e do Adolescente) e ficará por isso mesmo como tantos outros casos. Pois bem, e que ampara o professor? NIN – GUÉM.
Não sei se por COMODISMO; se por INDIFERENÇA ou se por FALTA
DE VONTADE... Continuamos a levar nossas vidas fingindo que nada acontece. Com certeza já tem um profissional
substituindo a professora que foi hospitalizada... Tudo para que os alunos NÃO
TENHAM PREJUÍZO e que se cumpra o mínimo de dias letivos exigidos na Lei. E
fingimos que está tudo bem. Fingimos MUITO... Fingimos que nenhuma escola está ocupada; que o salário de
professor é suficientemente “BOM” (tão bom que onera os cofres públicos); que é um trabalho tranquilo... E a lista
segue...
Não consigo me
aquietar e muito menos “me acostumar” a situações de violência (de
qualquer tipo). Tenho amigos professores que sofreram agressões serias; inclusive, um
deles enfartou na sala de aula na frente dos alunos; outros trabalham
completamente descontrolados ao ponto de chorar em sala de aula... Pergunto-me
em quantas profissões acontece isso. Certamente todas têm seus riscos... Também
é verdade que toda “empresa” tem um departamento de Recursos Humanos a quem o
profissional pode recorrer. O que não temos na Escola. Podem me perguntar: “E A
GESTÃO?”. A Gestão está tão perdida e mergulhada na burocracia que prioriza a “parte técnica do sistema”, além de
estar meio que de mãos atadas por conta de tanto “AMPARO” ao menor de idade.
Enfim, lidar com SERES HUMANOS (sejam crianças ou adolescentes)
NÃO PODE SER ASSIM. Já passou da hora de
reivindicar QUALIDADE DE VIDA; um professor “doente” mental ou fisicamente não
SENTE PRAZER em trabalhar, a menos que ele seja um socipopata ou muito
masoquista. Mas, a grande questão é:
QUEM SE IMPORTA? Voltaremos a conversar sobre isso em breve.
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