POR MARI MONTEIRO
Gostaria de não estar
escrevendo este artigo. Mas, há tempos, aprendi que o que não se diz ou faz,
SUFOCA! Um dos motivos pelos quais esse assunto me desagrada é a FALTA DE
COMPREENSÃO DA MAIORIA DO POVO BRASILEIRO. Não sei exatamente como funciona a
Educação Política (aliás, acabei de criar este termo e me ocorreu que deveria
existir uma DISCIPLINA CURRICULAR com este nome) em outros países; mas aqui
somos criados ouvindo dos adultos em geral que temas como “religião e política
não se discutem”. Logo, quando
predominam a incerteza econômica e caos político, nos dividimos basicamente em
três grupos: os indiferentes; os que atiram pra todo lado; e, o menor deles,
aqueles que se informam, conversam, refletem, planejam e FAZEM ALGO.
Então, temos a
seguinte situação neste momento (às 23h00 de 24 de março de 2016- hora da revisão), friso
“momento”, porque no minuto seguinte tudo que escrevi até então poderá perder a
validade ou, no mínimo, a intensidade. Isso porque a quantidade de notícias e
de informações veiculadas pela mídia e pelas redes sociais nunca foi tão grande
e rápida. O que dificulta ainda mais a compreensão dos fatos. E, uma vez que
não se compreende os fatos, não os interpretamos (lembrando que o Brasil é um
dos ÚLTIMOS COLOCADOS NO RANKING MUNDIAL SOBRE INTERPRETAÇÃO TEXTUAL). A
situação a que me refiro é a seguinte: SOMOS INSETOS ORBITANDO EM VOLTA DA
LÂMPADA, TONTOS, INDO PRA LUGAR ALGUM E DESCRENTES DA LUZ QUE EMANA DESSA
LÂMPADA (PONTO!).
Pensando nisso e
acompanhando, na medida do possível, a sequencia dos fatos no noticiário, o que
vejo é uma INDIFERENÇA PREDOMINANTE E ASQUEROSA por parte da maioria dos
brasileiros. Certamente, cem por cento
de entendimento e de atitude por parte da população é utopia demais de minha
parte, mas a FALTA DE INDIGNAÇÃO me enoja; assim como me enoja também a
dificuldade que temos para articular movimentos e manifestos de repúdio
ORGANIZADOS e EFICIENTES. Não basta que milhões de pessoas lotem a Av. Paulista
num domingo. É preciso dar PREJUÍZO para todas as esferas sociais (o que seria,
ainda, muito pouco diante do prejuízo que nós, trabalhadores, temos
diariamente). E como seria isso? PARAR
GERAL. O que me lembra de uma música de
Raul Seixas: “O DIA EM QUE A TERRA PAROU” Se acontecesse tal como nesta canção, teria minha alma lavada.. Quem sabe um dia...
Outro aspecto que me
entristece muito é a falta de civilidade e de patriotismo no nosso país. Com
exceção da Copa do Mundo e das Olimpíadas (que, a propósito, deveriam ser
canceladas ou boicotadas pelos outros países em solidariedade ao sofrimento do
povo brasileiro e à vergonha que as “autoridades” nos tem feito passar), não
vemos nossa bandeira em quase lugar nenhum. Na sua casa tem uma bandeira
brasileira hasteada neste momento? Pois é, na maioria das casas dos
norte-americanos tem. Independente de datas e afins. É uma questão de sentir
orgulho, uma questão de “PERTENCIMENTO À NAÇÃO”. Podem falar que estou sendo
tendenciosa. Sou sim. Admiro cada vez mais o Sr. Barack Obama. Ele pode tomar
metrô; ir a cafés; conversar nas ruas; dançar e cantar em público, porque sua
postura e índole lhes permitem isso. Imaginem Nossa Presidente e seus ministros
num metrô em São Paulo na hora do rush. A propósito, mais uma coisa que
“invejo” neles (norte-americanos) é o fato de o voto não ser obrigatório. No dia da eleição, a pessoa sai de sua
residência, de livre e espontânea vontade e, o melhor, consciente da
importância do seu voto.
Lamentavelmente, No Brasil há mais fatores contribuindo para a confusão de pensamentos do que para o discernimento e para a organização destes. Um exemplo disso são os partidos políticos com "líderes" desarticulados e perdidos, meros reprodutores de discursos que já virara clichê há tempos. E o tanto de legenda de partido? Pra que tanta sigla minha gente?
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